quarta-feira, abril 19, 2006

A NOSSA PÁTRIA


"Se amanhã, os espúrios filhos bastardos de raça tentassem, como ciganos de alborque, vender o património santo que nos legou o montante invencível de D. Afonso Henriques, Os Lusíadas seriam um tremendo libelo acusatório, trovejando cóleras épicas, estigmatizando a traição, chorando perpetuamente sobre as ruínas da nossa glória..."
Olímpio César


Abandonando o seu velhinho "berço",
Na vetusta e histórica Guimarães,
A Pátria de nossos pais,
De nossas mães,
De nossos avós,
De todos nós,
Caminha, alquebrada
(De idade secular),
Ao longo de montes e vales,
E pára, exausta e triste,
Junto ao mar.
Ali uma vez,
Perscrutando o horizonte atlântico,
O que foi o Mar Português,
Ajoelha, e recolhe-se a rezar...
E, quando ao Sol posto,
Se ergue lentamente,
E se queda, de olhar vago, distante,
Naquele nostálgico e imenso areal
- Correm-lhe pelas faces,
Enrugadas
E retesadas,
Lágrimas amargas como o sal!...


João Patrício(1979)

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