segunda-feira, abril 03, 2006
Mais Memórias do PREC
Maria Paula foi uma inesquecível voz nas noites de Lisboa dos tempos da resistência à ditadura do MFA. Quando lhe chamavam reaccionária, de direita e outros epítetos semelhantes, a Paulinha respondia: Qual mulher de Direita, qual carapuça... Sempre fui uma mulher livre e é assim que quero continuar a ser; não tenho qualquer inclinação especial pela direita, pela esquerda ou pelo centro.
Habituada, no passado, a pisar os palcos e a Ribalta dos estúdios, nem por isso parecia pouco à vontade no seu papel de entertainer no Botequim ou no Ibéria. Para além de um reportório clássico, adequado a esse tipo de espaços, Maria Paula interpretava canções satíricas, de cunho político, dando-lhes uma feição original, a que não faltava a crítica mordaz e a graça elegante. Acompanhada por personalidades como Natália Correia, Carlos Vilaret, António Vilar, Fernando Teixeira (que escrevia muitas das letras), entoava com vivacidade cançonetas ligeiras como O Cunhal caíu ao mar..., Os Suínos, O Nabo, Ó Zé Povinho, vem à janela... que ficaram célebres na reacção lisboeta (facilmente exportada para o Porto) à MFAda e ao PREC.
Que saudades...
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