quarta-feira, agosto 09, 2006
Pré-Pessoa...O Poeta da Pátria e do Povo
No atelier do escultor António Duarte, o poeta contempla o busto feito por aquele artista, na companhia do seu filho António, recentemente falecido.
Ó ondas do mar salgado,
D'onde vos vem tanto sal ?
Vem das lágrimas choradas
Nas praias de Portugal
António Corrêa d'Oliveira
terça-feira, agosto 01, 2006
É o que apetece...
A minha alma chora pela dor, pela desesperança, pela angústia de todas os olhares aterrados de todas as crianças que sofrem neste mundo imundo, injusto, cobarde, de conselheiros Acácios e prebostes dos Infernos.
Doi-me o coração pela insensibilidade míope de quem só olha por um olho, cerrando o outro para não ver. Apetece-me gritar ao vento, pela cumplicidade complacente e cobarde de quem devia denunciar e comodamente se cala.Quero rir-me do ridículo de quem dá nota patética do controlo ilegítimo e ilegal de gente que não pensa como eles sem rebuço nem remorso; como se por passe de mágica se conseguisse fazer crer que esse é o problema fundamental do país ou do mundo. Basta! de bigbrotherismo . Basta de acefalismo político! Basta de olhar para o lado!Basta de hipocrisia...
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Doi-me o coração pela insensibilidade míope de quem só olha por um olho, cerrando o outro para não ver. Apetece-me gritar ao vento, pela cumplicidade complacente e cobarde de quem devia denunciar e comodamente se cala.Quero rir-me do ridículo de quem dá nota patética do controlo ilegítimo e ilegal de gente que não pensa como eles sem rebuço nem remorso; como se por passe de mágica se conseguisse fazer crer que esse é o problema fundamental do país ou do mundo. Basta! de bigbrotherismo . Basta de acefalismo político! Basta de olhar para o lado!Basta de hipocrisia...
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O problema da História e da Verdade
Em acréscimo ao texto do Saraiva postado pelo Manel Azinhal, permito-me complementar com a citação de um insuspeito Eric Blair:
Começa a ouvir-se dizer que a maior parte da História registada é mentira; de facto, sinto-me inclinado a acreditar que a História, na sua maior parte, se apresenta inexacta e tendenciosa. Efectivamente, tornou-se peculiar aos tempos que correm o abandono da ideia de que a História pode ser escrita com Verdade. No passado, as pessoas mentiam deliberadamente ou coloriam inconscientemente aquilo que escreviam, tendo subjacente a verdade pela qual lutavam, sabendo que cometiam bastantes erros e omissões. Mas no fundo, faziam-no, tendo consciente que os factos reais existiam e que era possível descobri-los. E, em termos práticos, havia sempre um conjunto factual com a qual quase todos estavam de acordo. É justamente essa consensual base comum, concomitante ao facto de os seres humanos serem uma espécie animal única, que os totalitarismos e fundamentalismos procuram destruir. O desígnio motivador desta forma de pensar é um mundo em que o Chefe, ou uma qualquer nomenklatura dirigente, possa supervisionar não apenas o presente mas também o registo do passado. Esta prespectiva assusta-me muito mais do que as bombas. E depois das nossas experiências dos últimos anos, fácil é perceber que esta não é uma afirmação gratuita.
GEORGE ORWELL, 1942
Começa a ouvir-se dizer que a maior parte da História registada é mentira; de facto, sinto-me inclinado a acreditar que a História, na sua maior parte, se apresenta inexacta e tendenciosa. Efectivamente, tornou-se peculiar aos tempos que correm o abandono da ideia de que a História pode ser escrita com Verdade. No passado, as pessoas mentiam deliberadamente ou coloriam inconscientemente aquilo que escreviam, tendo subjacente a verdade pela qual lutavam, sabendo que cometiam bastantes erros e omissões. Mas no fundo, faziam-no, tendo consciente que os factos reais existiam e que era possível descobri-los. E, em termos práticos, havia sempre um conjunto factual com a qual quase todos estavam de acordo. É justamente essa consensual base comum, concomitante ao facto de os seres humanos serem uma espécie animal única, que os totalitarismos e fundamentalismos procuram destruir. O desígnio motivador desta forma de pensar é um mundo em que o Chefe, ou uma qualquer nomenklatura dirigente, possa supervisionar não apenas o presente mas também o registo do passado. Esta prespectiva assusta-me muito mais do que as bombas. E depois das nossas experiências dos últimos anos, fácil é perceber que esta não é uma afirmação gratuita.
GEORGE ORWELL, 1942
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