Com o azeite bem separado do vinagre, confesso-vos que não tenciono gastar nem mais um minuto com uma polémica que não conduz a lado algum. Permitam-me, no entanto, salientar o seguinte:
- Um boa parte dos comentadores (seguramente por inépcia minha em fazer-me entender) acabaram por não perceber patavina do que é uma Pátria, uma Nação, um Estado, um Império ou até mesmo uma etnia (conceito essencialmente cultural e não bio-genético que penso que usam em vez de raça; ganda raça a portuguesa, descendente de iberos ou de celtas ? de mouros ou judeus ? de fenícios ? de recolectores de conchas ? de construtores de megalitos ? ah, claro, já me esquecia que as elites são descentes dos germânicos visigodos ou suevos. Qual é que é o essencial e qual o acessório ? É pela língua ariana que se define a Nação? Então, moço, todo o braslêro é ariano! E os moçambicanos ? Onde é que eu tinha a minha cabeça ! E é claro que nos E.U.A. não seriamos tratados como não brancos. Como lá vivi 5 anos, a minha experiência foi seguramente afectada pela minha tez da Beira Baixa que os enganou.
- Não sou defensor do Portugal artificial de Minho até Timor (um rascunho do projecto de Nação apregoado por quem, no fundo, nele não acreditava) e é mais um pegajoso reducionismo resumir as posições apenas às duas mencionadas por F. G. Santos.
- Também não tenho qualquer problema com o pronunciamento corporativo do 25 de Abril. Foi o corolário lógico de marcelices, complexos de ventos de mudança e da implosão do regime por telecomando mundialista. Não posso é ignorar as suas terríveis consequências: Centenas de milhares de mortos, milhares de expoliados, enriquecimento cleptocrático de pseudo-elites africanas e europeias, liberdade de pensamento e expressão condicionadas por uma lavagem ao cérebro ideológica facilitada pelo militante apoliticismo do regime deposto, etc., etc., etc.
- Saudosismo, lamechice, reaccionarismo, direitismo, etc. são epítetos que batem no escudo da minha indiferença.
- Quanto à ortogénese Volkish, perdão shô Jardim, Volkisch, da Nação espero que a proximidade com as terras do Conde Vlad, certamente mais consentâneas com os seus hábitos higiénicos, lhe permitam reflectir sobre o que é que isso significa no caso de Portugal.
Avante !
6 comentários:
Um boa parte dos comentadores (seguramente por inépcia minha em fazer-me entender) acabaram por não perceber patavina do que é uma Pátria, uma Nação, um Estado, um Império
Resta saber que comentadores são esses. Porque, pelo que se viu, só quem agora confessa inépcia é que falhou em convencer o adversário das suas concepções sobre esses conceitos.
ou até mesmo uma etnia (conceito essencialmente cultural e não bio-genético
Conceito que é cultural mas também bio-genético.
ganda raça a portuguesa, descendente de iberos ou de celtas ?
Mais de Celtas do que de Iberos, os quais praticamente nem estiveram em território actualmente português.
de mouros ou judeus ?
Nem duns nem doutros.
de fenícios ?
Não vejo em quê.
de recolectores de conchas ?
Sim, em parte.
de construtores de megalitos ?
Idem.
ah, claro, já me esquecia que as elites são descentes dos germânicos visigodos ou suevos.
Em parte, também.
Qual é que é o essencial e qual o acessório ?
O essencial, é o que define a identidade; o acessório, é o que não altera significativamente a essência da identidade e que, se desaparecer, não acarreta a desaparição do Povo.
É pela língua ariana que se define a Nação?
Sim, se for a língua étnica, a língua-mãe dessa nação.
todo o braslêro é ariano!
O brasileiro branco, sim.
E os moçambicanos ?
A sua língua étnica, não é o Português, mas sim o(s) idioma(s) tribal(is) dos seus antepassados, que persiste em grande parte do território. Acresce que nesse, e noutros casos, sabe-se que a língua oficial lhes foi dada pelo colonizador. Quando se não sabe, o Povo em questão é ariano até prova em contrário. É por isso que se pode considerar que os Romanos, os Lusitanos, os Eslavos, etc., eram todos Arianos.
Pegajoso reducionismo? Se lhe apetece usar o simpático epíteto, bom proveito. Logo a mim, que tenho sido alvo da incompreensão de ambos os lados do "pegajoso reducionismo".
Incompreensão porque a uns (ditos Minhó-timorenses) falta reenquadramento do que é o Portugal pós-descolonização e quais os seus problemas actuais, incluindo obviamente nestes a imigração; a outros, dimensão histórica e reconhecimento do nosso glorioso passado.
Quero agradecer ao caturo o sincero estímulo para, de uma vez por todas, encerrar o assunto.
Primeiro aprenda e depois abra a boca !
Na viragem do século XIX para o XX já o Prof. Mendes Corrêa tinha feito um exercício brincalhão: a determinação do espectro racial português. Quem o quiser conhecer que leia as "Raças do Império".
Com que então não há por aí sangue judaico nem mouro ?! Wishful thinking my boy ! Wishful thinking ! Ah ! e vejo que o meu amigo descobriu que os iberos não andaram por aqui! Leia menos banda desenhada. Os mais eminentes filólogos e antropólogos ainda não se entenderam sobre se a língua, por exemplo, dos celtiberos (ou melhor as línguas) eram de raiz indo-europeia ou pré-indo-europeia e já o meu amigo vem, de cátedra, lavrar sentença. Boa.
Fique a saber que os estudos genéticos de Cavalli-Sforza apontam no sentido de que as populações do oeste peninsular (Portugal e Galiza) apresentam um parentesco genético bem demarcado do resto da Hispania mas aproximado de algumas populações do Magreb. E que nem Schulten, nem Bosch, nem os santos da casa se entenderam sobre a origem lígur (logo não indo-europeia, possivelmente semita), ou ibérica (eventualmente camítica) dos lusitanos e que, à semelhança do que os médicos fazem quando afirmam " é uma virose, concerteza", designaram-nos por celtibéricos.
O povo português é o que é, podemos estar a discutir percentagens de sangue semita, ariano, que não chegamos a conclusões definitivas (passe o pleonasmo). O que o Engenheiro deve explicar é porque é que a eventual transformação a prazo do nosso país num Brasil mestiço não lhe desagrada aparentemente - transformação essa que alteraria radicalmente a constituição do nosso povo.
Caro Engenheiro, o Engenheiro pode ser bom a mexer em números e maquinaria, mas nestes assuntos, quanto mais fala mais se enterra - ou se despe, involuntariamente, de pretensões a falar sobre o assunto.
Ponto por ponto:
Na viragem do século XIX para o XX já o Prof. Mendes Corrêa tinha feito um exercício brincalhão: a determinação do espectro racial português.
E, nas primeiras décadas do século XX, o historiador, arqueólogo e antropólogo Leite de Vasconcellos tinha considerado que os Portugueses eram essencialmente luso-romanos, isto é, um povo resultante da fusão de Lusitanos com Romanos.
Quem o quiser saber, que leia «As Religiões da Lusitânia».
Mas quem quiser saber algo de mais recente, baseado em estudos genéticos recentes, poderá descobrir que a percentagem de sangue «judaico» na população portuguesa, é residual; e que a percentagem de sangue norte-africano, é claramente minoritária. Há três vezes mais proximidade entre os povos europeus, incluindo os Portugueses, do que entre qualquer povo europeu e qualquer povo norte-africano.
Imagino que estas novidades dadas assim de choque tenham um sabor de água gelada pela mona abaixo, mas pelo menos trata-se de uma acção higiénica que contrasta com outro tipo de lavagens (tanto as cerebrais como as que se dão aos porcos).
e vejo que o meu amigo descobriu que os iberos não andaram por aqui!
Pois foi. Agora, falta o meu amigo descobrir também.
Leia menos banda desenhada.
É curioso que diga isso, porque essa tese de que somos Iberos já quase só sobrevive nas obras de banda desenhada infanto-juvenil que pude folhear em livrarias. Adivinha-se que quem as fez tenhas as mesmas fontes que as suas...
Os mais eminentes filólogos e antropólogos ainda não se entenderam sobre se a língua, por exemplo, dos celtiberos (ou melhor as línguas) eram de raiz indo-europeia ou pré-indo-europeia
Está atrasado umas quantas décadas. Já é ponto pacífico que o Celtibero é indo-europeu, embora com algumas influências ibéricas.
Além do mais, convém que se «lembre» (muito esquece a quem não sabe...) que os Celtiberos não estavam propriamente na região que é hoje Portugal, mas sim lá mais para o centro de Espanha...
Fique a saber que os estudos genéticos de Cavalli-Sforza apontam no sentido de que as populações do oeste peninsular (Portugal e Galiza) apresentam um parentesco genético bem demarcado do resto da Hispania mas aproximado de algumas populações do Magreb.
Fique então o senhor engenheiro (de povos?) a saber que pesquisas mais recentes apontam para que o parentesco mais estreito de todo o norte, centro e ocidente hispânicos se aproximem mais da Irlanda e de Gales do que de qualquer outra região do planeta.
E que nem Schulten, nem Bosch, nem os santos da casa se entenderam sobre a origem lígur (logo não indo-europeia, possivelmente semita), ou ibérica (eventualmente camítica) dos lusitanos
Continua atrasado. Depois disso, já Jürgen Untermann veio garantir que o Lusitano é ainda mais puramente céltico do que o Celtibero. Mas, actualmente, a maioria dos filólogos - sobretudo após o estudo que António Tovar fez das inscrições em língua supostamente lusitana de Cabeço das Fráguas e de Lamas de Moledo - inclina-se para a tese de que o Lusitano é um idioma indo-europeu muito arcaico que terá chegado à Ibéria ainda antes das primeiras migrações célticas. De qualquer modo, o seu carácter indo-europeu não sofre já contestação da parte de ninguém.
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