sexta-feira, fevereiro 09, 2007

O CAIR DAS MÁSCARAS

A hipocrisia do SIM

Se os partidários do SIM estão tão convicto da pureza das suas posições porque usam a expressão eufemística interrupção voluntária da gravidez em vez de aborto? Como diz um amigo meu porque não chamar à pena – por forca ou garrote – interrupção da respiração? Tal hipocrisia na designação é aliás sinal de medo e necessidade de esconder a verdadeira natureza do acto.

E que pensar dos jornalistas, pretensamente isentos, que, servindo-se do seu privilegiado púlpito, colaboram consciente e militantemente na censura, desinformação e boicote de quem defende as posições pró-Vida?
Qual o adjectivo a usar para com aqueles que, sabendo muito bem que com as actuais drogas e fármacos os abortos de perna aberta começam a ser coisa do passado, nos continuam a agredir psicologicamente com o mito (e o imaginário) do número crescente de abortos clandestinos, escondendo, isso sim, que o aborto (legal e clandestino) tem sistematicamente aumentado nos países que aprovaram leis semelhantes à que está em discussão?

A coisa humana

Será que a vida de uma baleia, de um touro ou de uma cegonha é mais importante que um ser humano?

Para esta campanha, os dos SIM enfiaram no armário todas as abencerragens da APF e do feminismo mais radical (do tipo quem manda na minha barriga sou eu!). Os mais esclarecidos já perceberam que perderam a guerra no que diz respeito à questão científica. Agora, até são todos contra o aborto e, pasme-se, são eles, mais do que os do Não, que trazem em seu auxílio alguns marginais ditos católicos, logo promovidos a eminentes teólogos (no mínimo). Mudando de táctica, viraram os focos para a comoção e sofrimento da mulher e para as definições jurídicas (culturais, não científicas) sobre o que é ou não uma pessoa, manifestando farisaicas preocupações humanísticas e sociais. No fundo, que se trata apenas de um apêndice do corpo da mãe que sobre ele dispõe de todos os direitos enquanto for seu hospedeiro como se de um tumor se tratasse. A gravidez é para eles um empecilho nas conquistas da mulher para a Igualdade face ao homem.

Os pobres não têm direito a ter filhos

Aos que pugnam pela Vida, a opinião publicada que nos tentam impingir como opinião pública acusa-os de dogmáticos e insensíveis perante os dramas e aflições das mães grávidas. Para eles que na prática só se preocupam com o que chamam o bem-estar e os direitos sexuais da mulher, a solução mais lógica e mais fácil é o aborto. Claro, até às dez semanas e em estabelecimento legalmente reconhecido ou algo assim. Mas quem e como conta as 10 semanas? Os técnicos de aconselhamento? A ser aprovado o projecto de lei em discussão essa figura é dispensada uma vez que a mulher não tem que dar satisfações a ninguém e, se cínicamente o considerarem na regulamentação da lei, estamos mesmo a ver os psicólogos (ou melhor as recepcionistas) das clínicas abortadeiras a dissuadirem alguém de fazer o que é o seu ganha-pão. Com efeito, em Espanha 93% dos abortos pseudo-legais são feitos em clínicas privadas onde ninguém controla a idade do feto! As 10 semanas são, como toda a gente sabe, para inglês ver.
Ora, essas clínicas custam muito dinheiro ao SNS que, como é sabido, nada em dinheiro. Que o digam os dependentes da hemodiálise e os aposentados que, com pensões de miséria, ainda se viram sobrecarregados com a diminuição da comparticipação do Estado nos medicamentos. Mas como esses seres burgueses que nos controlam acham que os filhos só podem nascer se os progenitores (já não se pode falar em família) tiverem condições económicas para os criar, então, pelo descalabro que leva a nossa economia, com o crecente aumento do desemprego e do péssimo desempenho financeiro, os pobres jamais poderão ter filhos...

1 comentário:

Anónimo disse...

Façam amanhã circular SMS's com a indicação "Bom dia. Ainda está a tempo de salvar muitas vidas! Vote Não!".