terça-feira, fevereiro 27, 2007

O cúmulo da hipocrisia


Depois de militar tenazmente na barricada do SIM ao aborto, estando-se completamente nas tintas para a vida e a dor do feto, vem agora berrar contra as touradas. É preciso um grande descaramento; mas, na realidade, nada que não soubessemos nesta cavaquista deputada...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O Requiem para Jan Palach, dito pelo Manel Rebanda



Tal como prometido:





Em memória de Jan Zajitch que há exactamente 38 anos e um dia se imolou pelo fogo emulando o gesto de Jan Palach (a 16 do mês anterior)

domingo, fevereiro 25, 2007

Perguntem ao vento que passa...

Decalcando a fina figura poética Pergunto ao vento que passa que Mário Beirão esculpiu, o poeta Alegre escreveu estes versos que tanto se aplicam ao que me vai na alma, sobretudo hoje que pude ouvir ao vivo o Requiem por Jan Pallach cantado pelo Manel Rebanda. Pois é, na homenagem ao insigne poeta José Valle de Figueiredo, foi cantado um dos seus premonitórios e mais belos poemas (estejam atentos na segunda!)dedicado àquele que se imolou pelo fogo como forma última de protesto pelo rapto consentido da liberdade do seu povo. Como bem lembrou o Zé Valle, hoje terão passado exactamente 38 anos sobre o émulo de Jan Pallach, o seu camarada Jan Zajitch (grafia fonética) que se intitulou o Facho nº 2.
. (ver o meu post de 2 de Março de 2006)
Especialmente para o Pedro Guedes mas também para tutti quanti...



terça-feira, fevereiro 20, 2007

A contra-lógica das alheiras

Hoje uns esturrados que fizeram vida na infámia e na inveja, e se arrogam a herança da entourage salazarista, voltam a lançar insinuações torpes sobre um homem que, contra toda a prudência, agiu com compaixão: o calibre das insinuações é prova apenas da incapacidade, de que alguns enfermam, de compreenderem o que é um gesto genuinamente moral. Mesmo que lessem Kant nada perceberiam. Já não falo dos Evangelhos.

Fofinho pedaço de retórica, genuinamente tolerante, humilde e de catedra cuja leitura recomendo nos Jansenista.
Pois é
o calibre das insinuações é prova apenas da incapacidade, de que alguns enfermam, de compreenderem o que é um gesto genuinamente moral. Mesmo que lessem Kant nada perceberiam. Já não falo dos Evangelhos.

É por isso que Me & Bobby McGee votámos Sí!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

ASQUEROSO...RECONHEÇO



Claro que são todos conta o aborto! E condoem-se com as abortadeiras.Atã não!?
O Serzedelo, presidente do Opus Gay, atrás do moderníssimo dirigente sindicalista Silva, duas lésbicas dos écrãs, o rato (em pijama?) e a ratinha...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

O RASGAR DAS CORTINAS...



Não me considero nem nunca me considerei salazarista, nem no sentido político nem no sociológico (estaria hoje seguramente no Bloco central a gritar hosanas a Sócrates e a Cavaco). Mas depois de anos da mais desavergonhada e torpe mentira sobre o papel e figura do Doutor Salazar só posso congratular-me com o desassombrado documentário do Jaime Nogueira Pinto. Os Orcs devem estar à beira de um ataque de nervos, maldizendo quem (quiçá a Fundação Mário Soares?) teve a rica ideia de propor o programa à RTP. Com que intuito? Adivinhem...Para me associar aos festejos, fruto da mais primicial indignação, o meu humilde contributo, retirado de uma NGM de 1941.



segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Simplesmente... Canalha

Rotundos de superficialidade militante, escondida em roupagens de vaudeville serôdio, à laia de cultura osmótica de capa de livro, ejaculam erudição a rodos sobre as pedras afagadas da vida. Estipulam códigos, definem regras, sacrificam aos deuses do Ter. Saduceus sibaritas, rosnam a quem quer ser diferente, a quem luta por Ser. Despeitados, volúveis, arrogantes emboscam-se à coca dos diferentes, dos que preferem a dura demanda e a defesa dos mais fracos e oprimidos, dos sem voz...Ironia ? Apenas a sua! São os Ratos e as ratazanas dos esgotos da Cidade Lunar, tolerados pelos Senhores que por vezes se divertem a vê-los procurar uma carícia do Sol iniciático. Defensores, não alheados mas empenhados, da Injustiça que condena povos à servidão atrevem-se a vomitar opróbios sobre quem apenas luta por tentar equilibrar os pratos de uma balança há muito viciada. Deviam saber que quem dita as regras que me conduzem nesta peregrinação terrena, sou eu, iluminado por Ele.Se quiserem e quando quiserem, como Ele me instiga a partilhar com os pobres em espírito, cá estarei à sua disposição...

A segunda libertação de Barrabás

Pilatos dirigiu-se ao povo reunido: Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou Jesus, a que chamam o Cristo? (Ele sabia que tinham entregue Jesus por despeito.)
Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Nada faças a esse justo. Fui hoje atormentada por um sonho que lhe diz respeito.
Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo que pedisse a libertação de Barrabás e fizesse morrer Jesus.
O governador tomou então a palavra: Qual dos dois quereis que eu vos solte?
Responderam: Barrabás!
Pilatos perguntou: Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo?
A maioria respondeu: Seja crucificado!
O governador tornou a perguntar: Mas que mal fez ele?
E gritavam ainda mais forte: Seja crucificado!
Pilatos viu que nada adiantava e que, pelo contrário, o tumulto crescia. Fez com que lhe trouxessem uma bacia e água; lavou as mãos diante do povo e disse: Sou inocente do sangue deste homem. Isto é lá convosco!
E todo o povo respondeu: Não importa. Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!
Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e entregou-o para ser crucificado.

A QUINTESSÊNCIA DO EMBUSTE

Penso que poucos portugueses conhecerão a origem do termo liberal. A palavra liberal começou a empregar-se em Espanha, nas Cortes de Cadiz, durante as Invasões Napoleónicas. A maioria dos representantes, pró-constitucional, defensora entre outras coisas da liberdade de imprensa, foi chamada liberal enquanto que os seus opositores, que recusaram apoiar o que sentiam ser uma reforma profunda do Antigo Regime, inspirada pelos franceses contra quem então lutavam, foram designados por serviles. E os serviles, ao longo dos tempos, foram caricaturados pelos progressistas como um bando de acéfalos burgessos, acorrentados voluntariamente aos varais da carruagem do Rei, arrastando-a pelas estradas enlameadas. Ontem senti que uma grande parte do povo do meu país se tornara servil. Escravos da ideologia, do estilo de vida e da diluição da consciência, agarraram nas cadeias da servidão e vá de puxar a carruagem, não a do Rei, mas a dos espectros do Cunhal, do egoísmo burguês, do anti-clericalismo serôdio, do nihilismo suicida. Torpemente amparados por uma desavergonhada, medíocre e imoral Comunicação Social que censura os que verticalmente recusam a canga de toda a panóplia de avatares daquilo a que o governo chama progresso e modernidade (que tanto rima com Saúde e Fraternidade!). Em vez da lama, um pavimento de ossos dos pequeninos seres humanos sacrificados em holocausto aos deuses do hedonismo, do materialismo e da concupiscência. Na minha alma, sinto que

Powered by Castpost
E
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz Não.


Mas se

O navio está na praia, naufragado
esquecido das ondas, do bulício dos portos.
Algas e conchas cobrem-lhe o costado,
as flores dos navios mortos

Senhores de austera compostura
dizem ao vê-lo apodrecer:
A negação do Longe, da Aventura,
de todo o impossível Querer

Mas eles não sabem que à noite o rapazio
junto ao costado poluído vem sonhar
as linhas ideais de outro navio,
em busca de outras praias, em busca de outro mar


Sonhemos com o toque a rebate dos sinos das aldeias que num dia de fero nevoeiro nos juntem a todos em frente das Novas Muralhas de Barad-dûr para a conquista definitiva de Mordor...

Obrigado, Paulo N., Gonçalo M., Rui C.O, Nuno T.V., Roque C.F., Pedro V., Sofia G., Gena R., Amêndoa A., Isilda P., a Joana F., António Maria P.T., Pedro e Ana L.M., João C.N., Alexandra T., Isabel A. C., Luís B.C., Tó Zé S.. Obrigado Francisco G.M., Fernando M., João Paulo M., Margarida N., Isabel G. N., Kátia G., Pedro L., Fernando S., João A., Isabel C.P.. Obrigado Catas, Manel, Joana, Matilde, Jorge, Rodrigo, Maria, Mariana, Vasco, clan S., que a vossa juvenil generosidade medre em novos ramos do futuro. Obrigado Manuel A., Pedro G., Paulo C. P., Vítor R. pela vossa brilhante verve blogosférica. Obrigado às criminosas (segundo a progenitora do ministro A. Costa), Sandra A., Cócegas, Madalena M., Cláudia M., Fernanda L., Maria F. por serenamente nos gritarem todos os dias Viva a Vida! E obrigado Duarte C. e Nuno S. P. pela calorosa orientação espiritual. Obrigado ainda a tantos e tantos portugueses a quem a minha pobre memória comovida me fez esquecer neste elenco. Não é falta de consideração, apenas cansaço e, porventura, desconhecimento. O meu humilde perdão misturado com a mais sincera gratidão e nunca esqueçam que a Razão mesmo vencida não deixa de ser Razão.

sábado, fevereiro 10, 2007

AINDA A TEMPO



ESTES COITADINHOS SENTIRAM-SE DISCRIMINADOS E, VAI DAÍ,PEDIRAM-ME PARA NÃO ME ESQUECER DELES. O LOUÇÃ EXIGIU BIS!

O FUNGAGÁ DA BICHARADA



E são estes bicharocos que nos vêm chamar retrógrados e que dizem querer pôr Portugal a par dos países mais desenvolvidos da Europa (provavelmente da Transcaucásia do tão amado Dugatchvili)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

O CAIR DAS MÁSCARAS

A hipocrisia do SIM

Se os partidários do SIM estão tão convicto da pureza das suas posições porque usam a expressão eufemística interrupção voluntária da gravidez em vez de aborto? Como diz um amigo meu porque não chamar à pena – por forca ou garrote – interrupção da respiração? Tal hipocrisia na designação é aliás sinal de medo e necessidade de esconder a verdadeira natureza do acto.

E que pensar dos jornalistas, pretensamente isentos, que, servindo-se do seu privilegiado púlpito, colaboram consciente e militantemente na censura, desinformação e boicote de quem defende as posições pró-Vida?
Qual o adjectivo a usar para com aqueles que, sabendo muito bem que com as actuais drogas e fármacos os abortos de perna aberta começam a ser coisa do passado, nos continuam a agredir psicologicamente com o mito (e o imaginário) do número crescente de abortos clandestinos, escondendo, isso sim, que o aborto (legal e clandestino) tem sistematicamente aumentado nos países que aprovaram leis semelhantes à que está em discussão?

A coisa humana

Será que a vida de uma baleia, de um touro ou de uma cegonha é mais importante que um ser humano?

Para esta campanha, os dos SIM enfiaram no armário todas as abencerragens da APF e do feminismo mais radical (do tipo quem manda na minha barriga sou eu!). Os mais esclarecidos já perceberam que perderam a guerra no que diz respeito à questão científica. Agora, até são todos contra o aborto e, pasme-se, são eles, mais do que os do Não, que trazem em seu auxílio alguns marginais ditos católicos, logo promovidos a eminentes teólogos (no mínimo). Mudando de táctica, viraram os focos para a comoção e sofrimento da mulher e para as definições jurídicas (culturais, não científicas) sobre o que é ou não uma pessoa, manifestando farisaicas preocupações humanísticas e sociais. No fundo, que se trata apenas de um apêndice do corpo da mãe que sobre ele dispõe de todos os direitos enquanto for seu hospedeiro como se de um tumor se tratasse. A gravidez é para eles um empecilho nas conquistas da mulher para a Igualdade face ao homem.

Os pobres não têm direito a ter filhos

Aos que pugnam pela Vida, a opinião publicada que nos tentam impingir como opinião pública acusa-os de dogmáticos e insensíveis perante os dramas e aflições das mães grávidas. Para eles que na prática só se preocupam com o que chamam o bem-estar e os direitos sexuais da mulher, a solução mais lógica e mais fácil é o aborto. Claro, até às dez semanas e em estabelecimento legalmente reconhecido ou algo assim. Mas quem e como conta as 10 semanas? Os técnicos de aconselhamento? A ser aprovado o projecto de lei em discussão essa figura é dispensada uma vez que a mulher não tem que dar satisfações a ninguém e, se cínicamente o considerarem na regulamentação da lei, estamos mesmo a ver os psicólogos (ou melhor as recepcionistas) das clínicas abortadeiras a dissuadirem alguém de fazer o que é o seu ganha-pão. Com efeito, em Espanha 93% dos abortos pseudo-legais são feitos em clínicas privadas onde ninguém controla a idade do feto! As 10 semanas são, como toda a gente sabe, para inglês ver.
Ora, essas clínicas custam muito dinheiro ao SNS que, como é sabido, nada em dinheiro. Que o digam os dependentes da hemodiálise e os aposentados que, com pensões de miséria, ainda se viram sobrecarregados com a diminuição da comparticipação do Estado nos medicamentos. Mas como esses seres burgueses que nos controlam acham que os filhos só podem nascer se os progenitores (já não se pode falar em família) tiverem condições económicas para os criar, então, pelo descalabro que leva a nossa economia, com o crecente aumento do desemprego e do péssimo desempenho financeiro, os pobres jamais poderão ter filhos...