Para o Pedro e para a Inês :
MINHA PÁTRIA
Onde estás minha Pátria
Que mal te vejo
Se não fosse de ti a lembrança e o desejo
Do brilho que de longe me vem
Onde estás minha Pátria …
Se hoje te pressinto perturbada
E tal sentir, com tristeza, me inunda
Onde 'stás Pátria moribunda
Daquela altivez que de ti fez
Uma terra de heróis fecunda
Onde está a tua face adorada
Escondida na bandeira inclinada
Erguida, em sonhada alvorada ….
Onde estás, minha Pátria?
Sonho-te ainda mais bela e corajosa
Que uma caravela, há séculos, partida para o mar
Sonho e aquém e além Torre de Belém
Ouvindo, no silêncio da História
O Mosteiro dos Jerónimos, soluçar
Sonho-te, porque sem ti, somos ninguém
Sonho-te mais alto e mais nobre
Como a bandeira que te cobre
Sonho-te sempre, de novo
Numa certeza concreta
Nos versos de um Poeta
Na alma do teu Povo
CRISTINA SALGADO (Maria de Lurdes
Cristina Neves Pereira Salgado)
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
RONDEL DO ALENTEJO
Para o Manel Azinhal:
RONDEL DO ALENTEJO
Em minarete
mate
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.
Meia-noite
do segredo
no penedo
duma noite
de luar.
Olhos caros
de Morgada
enfeitada
com preparos
de luar.
Rompem fogo
pandeiretas
morenitas
bailam tetas
e bonitas,
bailam chitas
e jaquetas,
são as fitas
desafogo
de luar.
Voa o xaile
andorinha
pelo baile
e a vida
doentinha
e húmida
ao luar.
Laçarote
escarlate
de cocote
alegria
de Maria
La-ri-rate
em folia
de luar.
Giram pés
giram passos
girassóis
e os bonés,
e os braços
destes dois
giram laços
ao luar.
O colete
desta Virgem
endoidece
como o S
do foguete
em vertigem
de luar.
Em minarete
mate bate
leve
verde neve
minuete
de luar
JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS
RONDEL DO ALENTEJO
Em minarete
mate
bate
leve
verde neve
minuete
de luar.
Meia-noite
do segredo
no penedo
duma noite
de luar.
Olhos caros
de Morgada
enfeitada
com preparos
de luar.
Rompem fogo
pandeiretas
morenitas
bailam tetas
e bonitas,
bailam chitas
e jaquetas,
são as fitas
desafogo
de luar.
Voa o xaile
andorinha
pelo baile
e a vida
doentinha
e húmida
ao luar.
Laçarote
escarlate
de cocote
alegria
de Maria
La-ri-rate
em folia
de luar.
Giram pés
giram passos
girassóis
e os bonés,
e os braços
destes dois
giram laços
ao luar.
O colete
desta Virgem
endoidece
como o S
do foguete
em vertigem
de luar.
Em minarete
mate bate
leve
verde neve
minuete
de luar
JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Buñuel ainda...
Para o Paulo, o de boa memória
Luis e Hitchcok, com Robert Wise e Jean-Claude Carrière em casa de George Cukor.
Não esqueçam o magnífico documentário Las Hurdes, considerada na altura a região mais atrasada de Espanha e que se localiza a norte da Serra da Gata, para lá do enclave lusófono de Xálima. O impacto foi na altura tão grande que o governo republicano proibiu a exibição do filme, em 1933. Esta obra faz parte da 1º fase curricular do realizador e argumentista Buñuel.
Luis e Hitchcok, com Robert Wise e Jean-Claude Carrière em casa de George Cukor.
Não esqueçam o magnífico documentário Las Hurdes, considerada na altura a região mais atrasada de Espanha e que se localiza a norte da Serra da Gata, para lá do enclave lusófono de Xálima. O impacto foi na altura tão grande que o governo republicano proibiu a exibição do filme, em 1933. Esta obra faz parte da 1º fase curricular do realizador e argumentista Buñuel.
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Porque sou nacionalista (Proemio)
Mon chère Jans
Por certo não levarás a mal que me dirija a ti pelo diminutivo tão engraçado com que o teu reflexo Játeatendo te trata. As minhas limitadas capacidades de tempo e diligência não me permitiram dar pela tua resposta ao meu desafio. Quando li os teus telefunken, bosch e volkswagen, fiquei intimamente intimidado pelo peso da tua sapiência catedral. Vi invocar eflúvios de nacionalismo romântico novecentista, ao jeito republicano-gnóstico-maçónico, tão ao gosto centro-europeu. Não é isso, não é isso! como diria D. Miguel (o de Salamanca).
Provavelmente com a pressa e o rebuço face ao tempo, apressaste a estocada, e bateste no osso. Como podes misturar o plano da mensagem universal e fraterna de Cristo com o da organização estrutural da sociedade ?(já sei, são conceitos de engenheiro). São planos diferentes e tu deslizaste de um para outro forçando um plano inclinado. Concedo que as concepções invocadas na primeira parte do texto (e sobre as quais tenho uma opinião muito próxima da tua)possam conduzir a uma Weltanschauung (ups!)diferente da que decorre do cristianismo (quando considerado na sua expressão total e não apenas na que afirmaste a qual me cheirou a relativismo new age).
Para mim, como já anteriormente escrivi, ser nacionalista hoje em dia é pugnar fundamentalmente pela promoção da Nação (entidade construída, afirmada e reconhecida no cenáculo internacional), enquanto comunidade politicamente organizada de cidadãos que de forma mais consciente ou subconsciente se revêem num conjunto de laços de pertença, resultado de uma história consolidada, vivida em comunhão de interesses, afectos, memórias e ânsias de futuro. Embora não tão primicialmente natural quanto a Família, a Nação é um elemento de estabilidade política e de referência cívica cuja dissolução artificial, subversivamente lenta ou compulsivamente formalista, só pode levar a desequilíbrios e agitação na cena internacional.
Para o arquétipo Pátria, a Nação tornou-se a sua carne, o seu corpo e moldura. É a Nação que, consciente de si própria, permite manter a salvaguarda do Fogo sagrado da Pátria, garantindo a sobrevivência do ideal colectivo. Renovada sob os auspícios da verdadeira liberdade, da igualdade de deveres e da fraternidade mais pura, a ideia nacional foi sempre cultivada como um ideal que podia exigir, em caso de extrema necessidade, o sacrifício da própria vida.
Já agora, não sabia que as fronteiras eram uma condição essencial para a existência da Nação... Vá lá, não te deixes cair em inevitabilidades maastrichtianas...
......
Confesso que ainda vou reler o teu texto-crítica ao do Jaime. Mas daquilo que li em diagonal creio estarmos em desacordo. Considerei o texto do JNP particularmente feliz (quando gostaríamos de ter sido nós a escrevê-lo é porque há uma comunhão total). Por vezes o Jaime quando tem de encher a burra, escreve redondo e acomodado. Mas não desta vez... Quanto a trincheiras, ele tem objectivamente o mesmo posicionamento que José António tinha em relação ao Alzamiento: desconfiava de uns e temia outros. Claro que quando é a vida que está em jogo, em última instância, temos de procurar a que fique mais à mão mas deixar-mo-nos manipular por um conflito e uma causa que não são nossos, isso é que não!
Por certo não levarás a mal que me dirija a ti pelo diminutivo tão engraçado com que o teu reflexo Játeatendo te trata. As minhas limitadas capacidades de tempo e diligência não me permitiram dar pela tua resposta ao meu desafio. Quando li os teus telefunken, bosch e volkswagen, fiquei intimamente intimidado pelo peso da tua sapiência catedral. Vi invocar eflúvios de nacionalismo romântico novecentista, ao jeito republicano-gnóstico-maçónico, tão ao gosto centro-europeu. Não é isso, não é isso! como diria D. Miguel (o de Salamanca).
Provavelmente com a pressa e o rebuço face ao tempo, apressaste a estocada, e bateste no osso. Como podes misturar o plano da mensagem universal e fraterna de Cristo com o da organização estrutural da sociedade ?(já sei, são conceitos de engenheiro). São planos diferentes e tu deslizaste de um para outro forçando um plano inclinado. Concedo que as concepções invocadas na primeira parte do texto (e sobre as quais tenho uma opinião muito próxima da tua)possam conduzir a uma Weltanschauung (ups!)diferente da que decorre do cristianismo (quando considerado na sua expressão total e não apenas na que afirmaste a qual me cheirou a relativismo new age).
Para mim, como já anteriormente escrivi, ser nacionalista hoje em dia é pugnar fundamentalmente pela promoção da Nação (entidade construída, afirmada e reconhecida no cenáculo internacional), enquanto comunidade politicamente organizada de cidadãos que de forma mais consciente ou subconsciente se revêem num conjunto de laços de pertença, resultado de uma história consolidada, vivida em comunhão de interesses, afectos, memórias e ânsias de futuro. Embora não tão primicialmente natural quanto a Família, a Nação é um elemento de estabilidade política e de referência cívica cuja dissolução artificial, subversivamente lenta ou compulsivamente formalista, só pode levar a desequilíbrios e agitação na cena internacional.
Para o arquétipo Pátria, a Nação tornou-se a sua carne, o seu corpo e moldura. É a Nação que, consciente de si própria, permite manter a salvaguarda do Fogo sagrado da Pátria, garantindo a sobrevivência do ideal colectivo. Renovada sob os auspícios da verdadeira liberdade, da igualdade de deveres e da fraternidade mais pura, a ideia nacional foi sempre cultivada como um ideal que podia exigir, em caso de extrema necessidade, o sacrifício da própria vida.
Já agora, não sabia que as fronteiras eram uma condição essencial para a existência da Nação... Vá lá, não te deixes cair em inevitabilidades maastrichtianas...
......
Confesso que ainda vou reler o teu texto-crítica ao do Jaime. Mas daquilo que li em diagonal creio estarmos em desacordo. Considerei o texto do JNP particularmente feliz (quando gostaríamos de ter sido nós a escrevê-lo é porque há uma comunhão total). Por vezes o Jaime quando tem de encher a burra, escreve redondo e acomodado. Mas não desta vez... Quanto a trincheiras, ele tem objectivamente o mesmo posicionamento que José António tinha em relação ao Alzamiento: desconfiava de uns e temia outros. Claro que quando é a vida que está em jogo, em última instância, temos de procurar a que fique mais à mão mas deixar-mo-nos manipular por um conflito e uma causa que não são nossos, isso é que não!
O arroto do Qureshi
Tribunal islâmico condena caricaturistas à morte
2006/02/20 | 20:41 DiarioDigital
Decisão é vinculativa para os muçulmanos, mas não tem base legal na Índia
Um tribunal islâmico de Lucknow, cidade do norte da Índia, lançou hoje uma «fatwa» (decreto religioso), condenando à morte os 12 autores das caricaturas do profeta Maomé publicadas no final de Setembro no diário dinamarquês Jyllands-Posten.
A «fatwa» foi lançada pelo chefe do tribunal Idar-e-Sharia Daroul Kaza de Lucknow, a capital do Estado indiano de Uttar Pradesh (norte).
«A morte é a única sentença para os autores das caricaturas sacrílegas do profeta», declarou hoje Maulana Mufti Abul Irfan, o responsável do tribunal.
Segundo este responsável, está claramente indicado no Alcorão que aquele que ofende o profeta merece uma punição e que a sentença é aplicável em qualquer parte onde vivam fiéis.
Esta decisão do tribunal é vinculativa para os muçulmanos, mas ela é contestável no quadro da lei indiana.
Segundo Jaffaryab Zilany, um religioso membro do Conselho da lei muçulmana, uma autoridade composta por altos dignitários muçulmanos, advertiu que embora esta «fatwa» seja legítima para os muçulmanos, ela não tem base legal na Índia.
Esta sentença ocorre depois de Mohammed Yaqoob Qureshi, um ministro muçulmano de Uttar Pradesh, ter oferecido sexta-feira 510 milhões de rupias (cerca de nove milhões de euros) de recompensa em troca da decapitação de um dos caricaturistas.
A publicação das 12 caricaturas de Maomé na Dinamarca, seguida depois por numerosos jornais europeus, causou a cólera e actos de violência mortal no mundo muçulmano.
Se o f.d.p. do Mamede Jacob oferecesse os 9 milhões aos pobres do Uttar Pradesh este deixaria seguramente de ser um dos Estados mais pobres da Índia; ou então está apenas a fazer-se à fotografia...
2006/02/20 | 20:41 DiarioDigital
Decisão é vinculativa para os muçulmanos, mas não tem base legal na Índia
Um tribunal islâmico de Lucknow, cidade do norte da Índia, lançou hoje uma «fatwa» (decreto religioso), condenando à morte os 12 autores das caricaturas do profeta Maomé publicadas no final de Setembro no diário dinamarquês Jyllands-Posten.
A «fatwa» foi lançada pelo chefe do tribunal Idar-e-Sharia Daroul Kaza de Lucknow, a capital do Estado indiano de Uttar Pradesh (norte).
«A morte é a única sentença para os autores das caricaturas sacrílegas do profeta», declarou hoje Maulana Mufti Abul Irfan, o responsável do tribunal.
Segundo este responsável, está claramente indicado no Alcorão que aquele que ofende o profeta merece uma punição e que a sentença é aplicável em qualquer parte onde vivam fiéis.
Esta decisão do tribunal é vinculativa para os muçulmanos, mas ela é contestável no quadro da lei indiana.
Segundo Jaffaryab Zilany, um religioso membro do Conselho da lei muçulmana, uma autoridade composta por altos dignitários muçulmanos, advertiu que embora esta «fatwa» seja legítima para os muçulmanos, ela não tem base legal na Índia.
Esta sentença ocorre depois de Mohammed Yaqoob Qureshi, um ministro muçulmano de Uttar Pradesh, ter oferecido sexta-feira 510 milhões de rupias (cerca de nove milhões de euros) de recompensa em troca da decapitação de um dos caricaturistas.
A publicação das 12 caricaturas de Maomé na Dinamarca, seguida depois por numerosos jornais europeus, causou a cólera e actos de violência mortal no mundo muçulmano.
Se o f.d.p. do Mamede Jacob oferecesse os 9 milhões aos pobres do Uttar Pradesh este deixaria seguramente de ser um dos Estados mais pobres da Índia; ou então está apenas a fazer-se à fotografia...
A educação arco-íris...
Para os que não acreditam em conspirações sinistras e subversivamente anti-natura. Serão estes os Homens Novos a que os marxistas se referiam ?
Bom, em abono da verdade, a julgar pelos supositórios, até é preciso alguma coragem (não confundir com virilidade)...
O melhor é fugirmos para um qualquer Rohan antes que seja obrigatório! A APF já propôs experimentação sexual nas escolas para que as crianças possam livremente escolher.
Bom, em abono da verdade, a julgar pelos supositórios, até é preciso alguma coragem (não confundir com virilidade)...
O melhor é fugirmos para um qualquer Rohan antes que seja obrigatório! A APF já propôs experimentação sexual nas escolas para que as crianças possam livremente escolher.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Guerras «religiosas», não obrigado!
Brilhante, Jaime!
...........................................................
Os que temos fé - e aqueles que não a tendo, têm o sentido do sagrado e do respeito pelo sagrado dos que estão connosco nesta «civitas», que é o mundo - não nos podemos deixar, como nos Balcãs, arrastar para uma guerra «religiosa», provocada e chefiada por ateus!
Um tempo «pós-moderno» que quer acabar e acha que acabou com a religião, que desconstrói os mitos e os símbolos, que dessacraliza e desencanta o mundo e a História, não ao modo dos grandes revoltados, de Sade a Nietzsche e Marx, mas de uma forma pícara, ordinária, patética, de pensadores «soft», de sibaritas pedófilos, de humoristas boçais, vê-se, de repente, confrontado com o «choque das civilizações».
Bons, Maus e Vilões
E que civilizações? O cliché dos fazedores de «opinião» direitinhos é de um lado a civilização esclarecida, aberta, democrática, com todos os «valores bons» - o humanismo laico, a democracia participativa, a cidadania vigilante, os direitos do homem! E do outro os fanáticos do mundo árabe, mergulhados na Idade Média, no obscurantismo, na religião, governados por autocratas, a queimarem bandeiras da UE, a apedrejarem consulados, de barbas, mal vestidos, aos gritos de Alá é grande!
Contente, o comentador de serviço arranja os bons, os maus e os vilões da história:
• Os bons são os progressistas de todos os quadrantes, que têm o valor de não ter valor nenhum, que absolutizam o relativo; que não acreditam em nada. Mas incomodam-se por o Papa mandar na Igreja, por os «gays» não poderem adoptar, por o Inferno se manter.
• Os maus são os tais árabes tradicionalistas, religiosos, nacionalistas e todos os povos que ainda não abraçaram o modo de vida preconizado pelos bons.
• Finalmente, os vilões, os piores de todos, são os ocidentais - americanos, europeus, católicos, protestantes, agnósticos - que não seguem o pronto-a-pensar humanitário e globalizante do «só é proibido proibir». Os que entendem que para haver civilização e política - que vêm de cidade («civitas», «polis») - é preciso haver valores objectivos, mitos e ritos, convicções, hierarquias, fronteiras, exércitos. E que dizem que a utopia libertária é a receita para os demagogos, para a anomia, para o vale tudo e para a tirania que se lhe segue.
Mas a História não é um filme cor-de-rosa em que o que vem é sempre melhor que o que foi, como julgam os que se admiram de os Romanos pensarem e terem água corrente, acham que a razão começou no mundo com Voltaire e a Revolução Francesa e em Portugal com os capitães de Abril e o dr. Soares. Para trás, só trevas!
Os crentes no Deus do Livro - cristãos, muçulmanos, judeus - têm um sentido do sagrado que é, coerentemente, o seu primeiro valor. Respeitam e amam Deus sobre todas as coisas e os valores - políticos, de família, de amizade, de solidariedade - são para eles um reflexo e uma continuação dessa ligação ao divino. Por isso, uma ofensa à religião como representar Deus, Cristo ou Maomé grotescamente, é uma ofensa pessoal ao que têm de mais querido.
A terra e os céus
No Ocidente, a separação do Estado e da Igreja, do político e do religioso, vem da Reforma e da construção do Estado moderno, ficando o poder político desligado do poder espiritual como condição da paz civil. Foi assim de Nantes a Vestfália e até hoje. E demo-nos bem com a receita.
Mas a descristianização na Europa e o «progressismo» secularizante querem transformar a Igreja numa espécie de Liga do bem-fazer ou agência humanitária tipo UNESCO, retirando-lhe o seu papel de mediadora do sagrado, entre a Terra e o Céu. Para isto contam também a falta de coragem e os complexos de muitos cristãos. O que não se passa nos Estados Unidos, nem nas igrejas novas das Américas e de África ou nas igrejas perseguidas e de missão das comunidades minoritárias na Ásia.
No mundo islâmico, o renascimento religioso, aliado a um sentimento político de nacionalismo defensivo e solidário - na linha dos Irmãos Muçulmanos - está a levar ao poder grupos como o Hamas, com que os ocidentais vão ter que contar.
Porque a partir do fenómeno árabe corânico - das cidades da Síria e do Iémen e do nomadismo do centro da Península arábica - floresceram culturas fortes militarmente, que fundaram impérios, que chegaram à Península Ibérica, que tiveram a sua tecnologia e a sua literatura. A decadência política dos Estados islâmicos, a partir do século XVIII incapazes de enfrentar a dinâmica político-militar ocidental, é sentida pelas novas elites do mundo islâmico, como um estigma a superar. A ideia de que os ocidentais lhes querem impor os seus «não-valores», o secularismo e o hedonismo das massas que é o consumismo, torna-nos odiosos aos seus olhos!
Não percebemos estas reacções, porque no Ocidente nos habituámos a deixar agredir os nossos valores cristãos naqueles «media» públicos, pagos (também) com os nossos impostos, ou, ironia suprema em Portugal, num canal originalmente católico, onde hoje num programa de «soft-porno», a despropósito, se faz uma palhaçada patética do Pai Nosso!
Não podemos deixar que as manipulações da rua árabe - orientadas por radicais cínicos sem crença alguma - e as provocações dos fundamentalistas laicos do Oeste, nos envolvam, a cristãos e muçulmanos, numa guerra religiosa.
Os que temos fé - e aqueles que não a tendo, têm o sentido do sagrado e do respeito pelo sagrado dos que estão connosco nesta «civitas», que é o mundo - não nos podemos deixar, como nos Balcãs, arrastar para uma guerra «religiosa», provocada e chefiada por ateus!
Jaime Nogueira Pinto
fonte: Expresso, 18 de Fevereiro de 2005
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Os que temos fé - e aqueles que não a tendo, têm o sentido do sagrado e do respeito pelo sagrado dos que estão connosco nesta «civitas», que é o mundo - não nos podemos deixar, como nos Balcãs, arrastar para uma guerra «religiosa», provocada e chefiada por ateus!
Um tempo «pós-moderno» que quer acabar e acha que acabou com a religião, que desconstrói os mitos e os símbolos, que dessacraliza e desencanta o mundo e a História, não ao modo dos grandes revoltados, de Sade a Nietzsche e Marx, mas de uma forma pícara, ordinária, patética, de pensadores «soft», de sibaritas pedófilos, de humoristas boçais, vê-se, de repente, confrontado com o «choque das civilizações».
Bons, Maus e Vilões
E que civilizações? O cliché dos fazedores de «opinião» direitinhos é de um lado a civilização esclarecida, aberta, democrática, com todos os «valores bons» - o humanismo laico, a democracia participativa, a cidadania vigilante, os direitos do homem! E do outro os fanáticos do mundo árabe, mergulhados na Idade Média, no obscurantismo, na religião, governados por autocratas, a queimarem bandeiras da UE, a apedrejarem consulados, de barbas, mal vestidos, aos gritos de Alá é grande!
Contente, o comentador de serviço arranja os bons, os maus e os vilões da história:
• Os bons são os progressistas de todos os quadrantes, que têm o valor de não ter valor nenhum, que absolutizam o relativo; que não acreditam em nada. Mas incomodam-se por o Papa mandar na Igreja, por os «gays» não poderem adoptar, por o Inferno se manter.
• Os maus são os tais árabes tradicionalistas, religiosos, nacionalistas e todos os povos que ainda não abraçaram o modo de vida preconizado pelos bons.
• Finalmente, os vilões, os piores de todos, são os ocidentais - americanos, europeus, católicos, protestantes, agnósticos - que não seguem o pronto-a-pensar humanitário e globalizante do «só é proibido proibir». Os que entendem que para haver civilização e política - que vêm de cidade («civitas», «polis») - é preciso haver valores objectivos, mitos e ritos, convicções, hierarquias, fronteiras, exércitos. E que dizem que a utopia libertária é a receita para os demagogos, para a anomia, para o vale tudo e para a tirania que se lhe segue.
Mas a História não é um filme cor-de-rosa em que o que vem é sempre melhor que o que foi, como julgam os que se admiram de os Romanos pensarem e terem água corrente, acham que a razão começou no mundo com Voltaire e a Revolução Francesa e em Portugal com os capitães de Abril e o dr. Soares. Para trás, só trevas!
Os crentes no Deus do Livro - cristãos, muçulmanos, judeus - têm um sentido do sagrado que é, coerentemente, o seu primeiro valor. Respeitam e amam Deus sobre todas as coisas e os valores - políticos, de família, de amizade, de solidariedade - são para eles um reflexo e uma continuação dessa ligação ao divino. Por isso, uma ofensa à religião como representar Deus, Cristo ou Maomé grotescamente, é uma ofensa pessoal ao que têm de mais querido.
A terra e os céus
No Ocidente, a separação do Estado e da Igreja, do político e do religioso, vem da Reforma e da construção do Estado moderno, ficando o poder político desligado do poder espiritual como condição da paz civil. Foi assim de Nantes a Vestfália e até hoje. E demo-nos bem com a receita.
Mas a descristianização na Europa e o «progressismo» secularizante querem transformar a Igreja numa espécie de Liga do bem-fazer ou agência humanitária tipo UNESCO, retirando-lhe o seu papel de mediadora do sagrado, entre a Terra e o Céu. Para isto contam também a falta de coragem e os complexos de muitos cristãos. O que não se passa nos Estados Unidos, nem nas igrejas novas das Américas e de África ou nas igrejas perseguidas e de missão das comunidades minoritárias na Ásia.
No mundo islâmico, o renascimento religioso, aliado a um sentimento político de nacionalismo defensivo e solidário - na linha dos Irmãos Muçulmanos - está a levar ao poder grupos como o Hamas, com que os ocidentais vão ter que contar.
Porque a partir do fenómeno árabe corânico - das cidades da Síria e do Iémen e do nomadismo do centro da Península arábica - floresceram culturas fortes militarmente, que fundaram impérios, que chegaram à Península Ibérica, que tiveram a sua tecnologia e a sua literatura. A decadência política dos Estados islâmicos, a partir do século XVIII incapazes de enfrentar a dinâmica político-militar ocidental, é sentida pelas novas elites do mundo islâmico, como um estigma a superar. A ideia de que os ocidentais lhes querem impor os seus «não-valores», o secularismo e o hedonismo das massas que é o consumismo, torna-nos odiosos aos seus olhos!
Não percebemos estas reacções, porque no Ocidente nos habituámos a deixar agredir os nossos valores cristãos naqueles «media» públicos, pagos (também) com os nossos impostos, ou, ironia suprema em Portugal, num canal originalmente católico, onde hoje num programa de «soft-porno», a despropósito, se faz uma palhaçada patética do Pai Nosso!
Não podemos deixar que as manipulações da rua árabe - orientadas por radicais cínicos sem crença alguma - e as provocações dos fundamentalistas laicos do Oeste, nos envolvam, a cristãos e muçulmanos, numa guerra religiosa.
Os que temos fé - e aqueles que não a tendo, têm o sentido do sagrado e do respeito pelo sagrado dos que estão connosco nesta «civitas», que é o mundo - não nos podemos deixar, como nos Balcãs, arrastar para uma guerra «religiosa», provocada e chefiada por ateus!
Jaime Nogueira Pinto
fonte: Expresso, 18 de Fevereiro de 2005
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Assunto triste...
Meu caro Manel
Não foi bem desatenção. Apenas a minha fraca capacidade intelectual me não permitiu perceber a quem se dirigia a reflexão do Jansenista... Ou melhor, o que eu fiz foi um pedido de esclarecimento, se quiseres. Sabes que me ligam a todos os intervenientes na querela laços de amizade e, admito, camaradagem.
Estou em crer, como soe dizer-se, que não tentaste macular a imagem pública (da qual te digo que, quase por osmose, tenho muito orgulho) do fotografado. Umas semanas antes, quando arrumava a biblioteca, face à descoberta do exemplar do jornal em que aparece o documento, confrontara-me com a indecisão de o postar ou não, para memória futura, a incluir na História do nacionalismo pós-abrilista. Embora saiba que a maioria das pessoas fotografadas, entre as quais nos incluímos (tu, eu, o visado e, o zelota), no se olvidan, ni se arrepienten ni tampoco les da miedo la eternidad, resolvi não o fazer para que não fosse entendido como um acto de hostilidade a um amigo que muito prezo. Não estou pois de acordo com a tua decisão, sobretudo quando reduzes a fotografia à pessoa em causa...Já agora publica-a toda para que pelo menos os meus filhos me vejam de bigode.
Ora, dito isto não posso deixar de considerar ainda mais grave a velada, ou melhor, bem explícita, ameaça que outro amigo te faz. Só a posso enteder por algum excesso de libações que nos jantares das quartas ocorre ocasionalmente. Aquilo nem se quer se pensa quanto mais se diz...
Saibamos ter orgulho (aliás, assaz merecido) pelos nossos accomplishments colectivos e deixemos cada um em paz no caminho que soube (ou não) traçar para si próprio. Só Deus será o Juíz verdadeiro e único das nossas motivações, anseios e insuficiências... Cá em baixo, habituemo-nos à ideia de quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Nunca gostei de levitas, zelotas ou fariseus. Radical sim mas nos princípios... e na visão do Mundo e, em particular, de Portugal. Quantos aos caminhos escolhidos ou aceites, só são importantes se, em vez de defendermos os indefesos qual Cavaleiro Andante, nos tiverem condicionado de tal maneira que, esquecendo Honra, Solidariedade, Liberdade, ou seja a Verdade, nos tenhamos aliado aos salteadores, para sobreviver com o Poder. Em ignomínia, por supuesto...
Não foi bem desatenção. Apenas a minha fraca capacidade intelectual me não permitiu perceber a quem se dirigia a reflexão do Jansenista... Ou melhor, o que eu fiz foi um pedido de esclarecimento, se quiseres. Sabes que me ligam a todos os intervenientes na querela laços de amizade e, admito, camaradagem.
Estou em crer, como soe dizer-se, que não tentaste macular a imagem pública (da qual te digo que, quase por osmose, tenho muito orgulho) do fotografado. Umas semanas antes, quando arrumava a biblioteca, face à descoberta do exemplar do jornal em que aparece o documento, confrontara-me com a indecisão de o postar ou não, para memória futura, a incluir na História do nacionalismo pós-abrilista. Embora saiba que a maioria das pessoas fotografadas, entre as quais nos incluímos (tu, eu, o visado e, o zelota), no se olvidan, ni se arrepienten ni tampoco les da miedo la eternidad, resolvi não o fazer para que não fosse entendido como um acto de hostilidade a um amigo que muito prezo. Não estou pois de acordo com a tua decisão, sobretudo quando reduzes a fotografia à pessoa em causa...Já agora publica-a toda para que pelo menos os meus filhos me vejam de bigode.
Ora, dito isto não posso deixar de considerar ainda mais grave a velada, ou melhor, bem explícita, ameaça que outro amigo te faz. Só a posso enteder por algum excesso de libações que nos jantares das quartas ocorre ocasionalmente. Aquilo nem se quer se pensa quanto mais se diz...
Saibamos ter orgulho (aliás, assaz merecido) pelos nossos accomplishments colectivos e deixemos cada um em paz no caminho que soube (ou não) traçar para si próprio. Só Deus será o Juíz verdadeiro e único das nossas motivações, anseios e insuficiências... Cá em baixo, habituemo-nos à ideia de quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Nunca gostei de levitas, zelotas ou fariseus. Radical sim mas nos princípios... e na visão do Mundo e, em particular, de Portugal. Quantos aos caminhos escolhidos ou aceites, só são importantes se, em vez de defendermos os indefesos qual Cavaleiro Andante, nos tiverem condicionado de tal maneira que, esquecendo Honra, Solidariedade, Liberdade, ou seja a Verdade, nos tenhamos aliado aos salteadores, para sobreviver com o Poder. Em ignomínia, por supuesto...
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Para o Joãosenista...
Lindo texto.
O que ao filho aponta e ensina
os bons caminhos da vida,
que o anima, que o convida
a seguir senda segura
que o leve até à ventura;
que lhe mostra, reverente,
essa estrela peregrina,
da santa fé viva imagem,
estrela que ao inocente
e que ao adulto ilumina
pela espinhosa romagem
deste mundo, e que lhe ensina
essa escondida passagem
daqui à pátria divina;
mas que acha no coração,
para os seus erros perdão;
um homem tal encontrai,
e descobri-vos, que é pai. ...
fragmento de Sombras, do Canto III de D. Jaime, de Tomás Ribeiro
By the way, chegaste a responder-me à questão do nacionalismo?
E o que é que queres dizer com aquele assunto triste? Gostava que explicasses melhor o assunto
O que ao filho aponta e ensina
os bons caminhos da vida,
que o anima, que o convida
a seguir senda segura
que o leve até à ventura;
que lhe mostra, reverente,
essa estrela peregrina,
da santa fé viva imagem,
estrela que ao inocente
e que ao adulto ilumina
pela espinhosa romagem
deste mundo, e que lhe ensina
essa escondida passagem
daqui à pátria divina;
mas que acha no coração,
para os seus erros perdão;
um homem tal encontrai,
e descobri-vos, que é pai. ...
fragmento de Sombras, do Canto III de D. Jaime, de Tomás Ribeiro
By the way, chegaste a responder-me à questão do nacionalismo?
E o que é que queres dizer com aquele assunto triste? Gostava que explicasses melhor o assunto
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Não percas!
Se te queres manter informado sobre as manobras da hierarquia instalada da Igreja Católica que até parece que respirou de alivío com a morte de Karol Woytila, lê a New Oxford Review
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Gramsci
Rogo-lhes que leiam a feliz tradução do Benoist apresentada pelo Manel Azinhal.
São textos fundamentais para compreender a Crise do Mundo que nos rodeia.
A maior parte da parolada ratazânica que ocupa os púlpitos (consentidos) da Direita fica feliz e regalada coma a queda do Muro. Esquecem-se da outra estratégia comunista, a propugnada pelo António Gramsci e inteligentemente agarrada pelos trotskyistas que tantos sucessos tem conseguido por esse mundo fora (em Portugal a coisa é liderada pelo Bloco mas não só).
A não perder!
São textos fundamentais para compreender a Crise do Mundo que nos rodeia.
A maior parte da parolada ratazânica que ocupa os púlpitos (consentidos) da Direita fica feliz e regalada coma a queda do Muro. Esquecem-se da outra estratégia comunista, a propugnada pelo António Gramsci e inteligentemente agarrada pelos trotskyistas que tantos sucessos tem conseguido por esse mundo fora (em Portugal a coisa é liderada pelo Bloco mas não só).
A não perder!
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Ricardo Ynestrillas em liberdade
Ricardito acaba de se livrar do fardo dos grilhões.
Com uma inteligente declaração, publicada no seu blog La Batalla de las ideas, em que renuncia a métodos violentos para se concentrar no Combate Cultural (finally!), Ricardo resolveu iniciar uma nova vida política. Agora advogado (aproveitou bem o tempo do cárcere), vai lutar por respeitabilidade sem desisitir dos princípios. Daí a feliz designação do blog.
Ricardo:
Agur! Ongi etorri, gizon
Maitego batean etxekoakekin.Jainko milesker. Zure osagarrirat.
Askatasuna edo herio!
Ikus arte.
Com uma inteligente declaração, publicada no seu blog La Batalla de las ideas, em que renuncia a métodos violentos para se concentrar no Combate Cultural (finally!), Ricardo resolveu iniciar uma nova vida política. Agora advogado (aproveitou bem o tempo do cárcere), vai lutar por respeitabilidade sem desisitir dos princípios. Daí a feliz designação do blog.
Ricardo:
Agur! Ongi etorri, gizon
Maitego batean etxekoakekin.Jainko milesker. Zure osagarrirat.
Askatasuna edo herio!
Ikus arte.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
SONETO A JOSE ANTONIO XI
REGLADA ya tu luz blanca, beata,
más allá del saludo y los corales,
más alta y firme que las imperiales
cúpulas frías donde la cruz se ata;
pergamino de fe sin una errata
- joven lirio, sangrientas iniciales -
de la España en el tronco de sus males,
clavó con rosas, remachó con plata.
Movió su vuelo reposado y fuerte
herrumbre, costra, polvo, húmedo raso,
trocando el gris en sol, el hierro en ala;
y en acto de servicio hacia la muerte
¡la Falnge de amor que se abre paso
por esa luz que tu mirar señala!
Juan Sierra
más allá del saludo y los corales,
más alta y firme que las imperiales
cúpulas frías donde la cruz se ata;
pergamino de fe sin una errata
- joven lirio, sangrientas iniciales -
de la España en el tronco de sus males,
clavó con rosas, remachó con plata.
Movió su vuelo reposado y fuerte
herrumbre, costra, polvo, húmedo raso,
trocando el gris en sol, el hierro en ala;
y en acto de servicio hacia la muerte
¡la Falnge de amor que se abre paso
por esa luz que tu mirar señala!
Juan Sierra
SONETO A JOSE ANTONIO IX
SONETO A JOSE ANTONIO,
QUE DESCUBRIO, EXPRESO Y DEFENDIO
LA VERDAD DE ESPAÑA.
MURIO PO ELLA.
TU amaste el ser de España misionera
frente al peligro y por la luz unida.
el ser de la evidencia enaltecida
del mar latino en la ribera entera;
tú la verdad de España duradera
de la esperanza y del dolor nacida.
verdad de salvación al tiempo asida.
verdad que hace el destino verdadera;
tú la unidad que salva del pecado.
la unidad que nos logra y nos descubre
en los ojos de Dios como alabanza;
¡ya no tienes la vida que has salvado!.
la tierra te defiende y no te cubre
como el vivir defiende la esperanza.
Luís Rosales
QUE DESCUBRIO, EXPRESO Y DEFENDIO
LA VERDAD DE ESPAÑA.
MURIO PO ELLA.
TU amaste el ser de España misionera
frente al peligro y por la luz unida.
el ser de la evidencia enaltecida
del mar latino en la ribera entera;
tú la verdad de España duradera
de la esperanza y del dolor nacida.
verdad de salvación al tiempo asida.
verdad que hace el destino verdadera;
tú la unidad que salva del pecado.
la unidad que nos logra y nos descubre
en los ojos de Dios como alabanza;
¡ya no tienes la vida que has salvado!.
la tierra te defiende y no te cubre
como el vivir defiende la esperanza.
Luís Rosales
SONETO A JOSE ANTONIO VIII
NO sé decír tus obras: no el riente
fruto de tu pensar claro y tranquilo:
porque me lleva el corazón en vilo
la inmensa humanidad de la simiente.
Tu obra es sonora, exacta y evidente.
Tu vida es un recóndito sigilo.
Tu obra es dureza: y es tu vida un hilo
frágil que, aun vivo, te hizo ya el Ausente.
Y esa es la gran verdad: esa que llena
tu vida de tu ser más hondo y serio.
Esa: la duda, la ilusión, la pena,
la palmera, la sangre, el cementerio.
La obra tuya, ¡qué clásica y serena!
La obra de Dios en ti... ¡qué hondo misterio!
José Maria Pemán
fruto de tu pensar claro y tranquilo:
porque me lleva el corazón en vilo
la inmensa humanidad de la simiente.
Tu obra es sonora, exacta y evidente.
Tu vida es un recóndito sigilo.
Tu obra es dureza: y es tu vida un hilo
frágil que, aun vivo, te hizo ya el Ausente.
Y esa es la gran verdad: esa que llena
tu vida de tu ser más hondo y serio.
Esa: la duda, la ilusión, la pena,
la palmera, la sangre, el cementerio.
La obra tuya, ¡qué clásica y serena!
La obra de Dios en ti... ¡qué hondo misterio!
José Maria Pemán
SONETO A JOSE ANTONIO VII
SOLEDAD absoluta y oro fino
del aire de noviembre en la alborada.
y el don de la verdad en la mirada
con el vasto milagro del camino.
Ya velas en el cielo cristalino
de España, y en la noche desvelada,
ardiente de jazmín, recién nevada
sobre la claridad de tu destino.
No ver, pero tamblar. No ver la muerte
y sentir en la noche su eficacia
y el olor de la tierra de Castilla.
Hablar sin palabra, ver sin verte,
y buscarte en la niebla de la gracia
hacia la luz remota de la orilla.
Leopoldo Panero
del aire de noviembre en la alborada.
y el don de la verdad en la mirada
con el vasto milagro del camino.
Ya velas en el cielo cristalino
de España, y en la noche desvelada,
ardiente de jazmín, recién nevada
sobre la claridad de tu destino.
No ver, pero tamblar. No ver la muerte
y sentir en la noche su eficacia
y el olor de la tierra de Castilla.
Hablar sin palabra, ver sin verte,
y buscarte en la niebla de la gracia
hacia la luz remota de la orilla.
Leopoldo Panero
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
SONETO A JOSE ANTONIO VI
La voz que urdió al gentil de las Españas
tambores de hermandad, santiaga tropa.
Y se escanció, ya sangre, en cada copa.
Asaltando los dientes vuelta entrañas:
aquella que alanceó ínsulas extrañas
- eres tú. ¡oh, Patria!, en taparrabos u hopa,
marca africana y no arrabal de Europa -,
duerme hoy bajo un poniente de guadañas.
José Antonio: va a reír la primavera
y sólo tú nos faltas en la risa;
pero tu voz nos llega como antaño.
Convertida en colérica bandera.
Restalla sus mensages todo el año
y el vuelo de tus flecha nos avisa.
Felix Ros
tambores de hermandad, santiaga tropa.
Y se escanció, ya sangre, en cada copa.
Asaltando los dientes vuelta entrañas:
aquella que alanceó ínsulas extrañas
- eres tú. ¡oh, Patria!, en taparrabos u hopa,
marca africana y no arrabal de Europa -,
duerme hoy bajo un poniente de guadañas.
José Antonio: va a reír la primavera
y sólo tú nos faltas en la risa;
pero tu voz nos llega como antaño.
Convertida en colérica bandera.
Restalla sus mensages todo el año
y el vuelo de tus flecha nos avisa.
Felix Ros
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