terça-feira, fevereiro 21, 2006

O arroto do Qureshi

Tribunal islâmico condena caricaturistas à morte
2006/02/20 | 20:41 DiarioDigital
Decisão é vinculativa para os muçulmanos, mas não tem base legal na Índia

Um tribunal islâmico de Lucknow, cidade do norte da Índia, lançou hoje uma «fatwa» (decreto religioso), condenando à morte os 12 autores das caricaturas do profeta Maomé publicadas no final de Setembro no diário dinamarquês Jyllands-Posten.

A «fatwa» foi lançada pelo chefe do tribunal Idar-e-Sharia Daroul Kaza de Lucknow, a capital do Estado indiano de Uttar Pradesh (norte).

«A morte é a única sentença para os autores das caricaturas sacrílegas do profeta», declarou hoje Maulana Mufti Abul Irfan, o responsável do tribunal.

Segundo este responsável, está claramente indicado no Alcorão que aquele que ofende o profeta merece uma punição e que a sentença é aplicável em qualquer parte onde vivam fiéis.

Esta decisão do tribunal é vinculativa para os muçulmanos, mas ela é contestável no quadro da lei indiana.

Segundo Jaffaryab Zilany, um religioso membro do Conselho da lei muçulmana, uma autoridade composta por altos dignitários muçulmanos, advertiu que embora esta «fatwa» seja legítima para os muçulmanos, ela não tem base legal na Índia.

Esta sentença ocorre depois de Mohammed Yaqoob Qureshi, um ministro muçulmano de Uttar Pradesh, ter oferecido sexta-feira 510 milhões de rupias (cerca de nove milhões de euros) de recompensa em troca da decapitação de um dos caricaturistas.

A publicação das 12 caricaturas de Maomé na Dinamarca, seguida depois por numerosos jornais europeus, causou a cólera e actos de violência mortal no mundo muçulmano.

Se o f.d.p. do Mamede Jacob oferecesse os 9 milhões aos pobres do Uttar Pradesh este deixaria seguramente de ser um dos Estados mais pobres da Índia; ou então está apenas a fazer-se à fotografia...

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