quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Assunto triste...

Meu caro Manel

Não foi bem desatenção. Apenas a minha fraca capacidade intelectual me não permitiu perceber a quem se dirigia a reflexão do Jansenista... Ou melhor, o que eu fiz foi um pedido de esclarecimento, se quiseres. Sabes que me ligam a todos os intervenientes na querela laços de amizade e, admito, camaradagem.
Estou em crer, como soe dizer-se, que não tentaste macular a imagem pública (da qual te digo que, quase por osmose, tenho muito orgulho) do fotografado. Umas semanas antes, quando arrumava a biblioteca, face à descoberta do exemplar do jornal em que aparece o documento, confrontara-me com a indecisão de o postar ou não, para memória futura, a incluir na História do nacionalismo pós-abrilista. Embora saiba que a maioria das pessoas fotografadas, entre as quais nos incluímos (tu, eu, o visado e, o zelota), no se olvidan, ni se arrepienten ni tampoco les da miedo la eternidad, resolvi não o fazer para que não fosse entendido como um acto de hostilidade a um amigo que muito prezo. Não estou pois de acordo com a tua decisão, sobretudo quando reduzes a fotografia à pessoa em causa...Já agora publica-a toda para que pelo menos os meus filhos me vejam de bigode.

Ora, dito isto não posso deixar de considerar ainda mais grave a velada, ou melhor, bem explícita, ameaça que outro amigo te faz. Só a posso enteder por algum excesso de libações que nos jantares das quartas ocorre ocasionalmente. Aquilo nem se quer se pensa quanto mais se diz...

Saibamos ter orgulho (aliás, assaz merecido) pelos nossos accomplishments colectivos e deixemos cada um em paz no caminho que soube (ou não) traçar para si próprio. Só Deus será o Juíz verdadeiro e único das nossas motivações, anseios e insuficiências... Cá em baixo, habituemo-nos à ideia de quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Nunca gostei de levitas, zelotas ou fariseus. Radical sim mas nos princípios... e na visão do Mundo e, em particular, de Portugal. Quantos aos caminhos escolhidos ou aceites, só são importantes se, em vez de defendermos os indefesos qual Cavaleiro Andante, nos tiverem condicionado de tal maneira que, esquecendo Honra, Solidariedade, Liberdade, ou seja a Verdade, nos tenhamos aliado aos salteadores, para sobreviver com o Poder. Em ignomínia, por supuesto...

1 comentário:

Jansenista disse...

Porque é que o meu nome aparece neste post, logo eu que nada tenho a ver com essa embrulhada e que já mais de uma vez qualifiquei como repugnante a atitude de um bloguista de denominação latino-americana (que eu prefiro não saber quem é)?
Que eu saiba, a nossa conversa sobre nacionalismo vinha de há uns posts atrás, e o teu mais recente post foi motivado por um texto meu que está a muitas milhas de distância de questões de facadas fratricidas. Lá tenho eu de pedir-te mais uma vez que esclareças isso, tem lá paciência...