Li com gosto um artigo do meu querido amigo Zé Miguel no segundo número da bem retornada revista Mama Sume. Com a clarividência que o caracteriza, Júdice elenca as três principais razões que, em seu entender, levaram ao sucesso do 25 de Novembro, a saber: os Comandos e os seus convocados, o escapulir do PC e a atitude dos militares auto intitulados moderados (Costa Gomes?, Pezarat?, Charais? moderados?)
Eanes costuma dar mais ou menos a mesma explicação, variando porventura a hierarquia, em importância, dos argumentos. Zé Miguel, quiçá por falta de espaço (ou de tempo) não explica a situação sócio-política do país que esteve seguramente subjacente às leituras que levaram àquelas posições. Como Eanes, ignora (ou, pelo menos, não menciona) a revolta popular que grassava em largas zonas de Portugal, em parte estimulada pelo trabalho de organizações com que ele colaborava.
Por outro lado, não posso deixar de lembrar que o que se seguiu ao 25 de Novembro não foi mais que o velho equívoco da paz podre que degenera sempre num golem centralão. À direita e à extrema esquerda foi dada ordem para rebaixar a voz, e do PS e do partido irmão-alternativo saíu a nomenklatura que até hoje tem governado, em cículo fechado iniciático, este pobre país. O desmembramento, intitulado eufemisticamente descolonização, estava concluído no essencial, pelo que Portugal e os seus lameiros podiam ser deixados ao governo dos feitores e caseiros indígenas. Quanto mais dóceis mais mamariam... O PC continuou instalado nas empresas públicas, de onde nunca foi desalojado, e o PS iniciou a conquista do aparelho da administração pública. Entre conversões e aggiornamenti gente daqui e d'acolá foi-se juntando ao festim, calcando sobre os pés verdades, liberdades e qualidades. A Kulturkampf deixou de existir por falta de comparência de um dos adversários, aprisonado em casa sob chantagem e promessas vãs.
Pois é, ele há coisas que são o que são...
segunda-feira, março 27, 2006
sexta-feira, março 24, 2006
E esta ein?! Once a fritz always a fritz...
quinta-feira, março 23, 2006
Para o Jans sobre o Ay Carmela!
Por qualquer estranha razão, não consigo postar comentários. Por isso aqui te deixo um sobre o teu relativo ao Ay Carmela! O problema é que afinal parece que o bom senso das tuas palavras não tem sido considerado pela nomenklatura espanhola e até europeia. Como ignorantes que são continuam a não aprender com a História e insistem em profanar o repouso dos mortos. E nem sempre de ambos os lados. Para os escribas da história oficial houve mortos bons e mortos maus...
É impressionante a obsessão que os cães de fila do neo-frentepopulismo têm sobre a condição mítica do pessoal de direita (seja lá o que isso for) de carneiros ansiosos pelo matadouro. Revoltam-se? Protestam? Atirem-lhes os cães!
Já agora, uma nota final: tal como aconteceu com o Ich hatt' einen Kameraden , criado em 1809 por Ludwig Uhland (1789-1862)também o Ay carmela! foi cantado por ambas as partes: Em relação a este último, mercê do favorecimento que os frentepopulistas sempre mereceram da Comunicação Social, em grande parte ignorante e/ou afecta ao esquerdismo sem fronteiras,ficou mais conhecida como ligada ao amigos do Carrillo enquanto que a outra, talvez pela sua conotação germânica surge associada aos sublevados.
É impressionante a obsessão que os cães de fila do neo-frentepopulismo têm sobre a condição mítica do pessoal de direita (seja lá o que isso for) de carneiros ansiosos pelo matadouro. Revoltam-se? Protestam? Atirem-lhes os cães!
Já agora, uma nota final: tal como aconteceu com o Ich hatt' einen Kameraden , criado em 1809 por Ludwig Uhland (1789-1862)também o Ay carmela! foi cantado por ambas as partes: Em relação a este último, mercê do favorecimento que os frentepopulistas sempre mereceram da Comunicação Social, em grande parte ignorante e/ou afecta ao esquerdismo sem fronteiras,ficou mais conhecida como ligada ao amigos do Carrillo enquanto que a outra, talvez pela sua conotação germânica surge associada aos sublevados.
quarta-feira, março 22, 2006
De um mero pombo-correio, para o Ricardo Ynes...
Cântico
Em cada flor
Que dia a dia renasce,
o canto negro de uma saudade presente:
esta foi uma carta escrita
ao amanhecer, depois do fuzilamento.
Uma bandeira desfraldada,
crianças, e crianças correndo,
os amados amando-se,
os anciães rindo e sorrindo
- na palma da mão,
o testemunho imenso e vermelho,
que não morre:
essa foi a cidade de todos os tempos,
o amor e o canto das bocas sadias,
a espuma de todas as ondas
o mar de toda a navegação.
(Onde está a barca da alegria,
dos amados amando-se,
das crianças e jovens mulheres
de todas as idades? Onde está?
Onde dorme a barca das manhãs despertas?)
Dia a dia renascem os beijos dados à noite,
em Toledo.
Meu caro Amigo, eu vou morrer,
mas comigo levo a luz de Abril
e as flores de Maio,
e as medalhas dos camaradas
mortos em combate.
Os dias passam pela morte dos tempos.
(Oh, como o tempo passa!)
Ao lado de cada flor da manhã,
uma camisa negra aguarda o corpo do mundo.
José Valle de Figueiredo
Em cada flor
Que dia a dia renasce,
o canto negro de uma saudade presente:
esta foi uma carta escrita
ao amanhecer, depois do fuzilamento.
Uma bandeira desfraldada,
crianças, e crianças correndo,
os amados amando-se,
os anciães rindo e sorrindo
- na palma da mão,
o testemunho imenso e vermelho,
que não morre:
essa foi a cidade de todos os tempos,
o amor e o canto das bocas sadias,
a espuma de todas as ondas
o mar de toda a navegação.
(Onde está a barca da alegria,
dos amados amando-se,
das crianças e jovens mulheres
de todas as idades? Onde está?
Onde dorme a barca das manhãs despertas?)
Dia a dia renascem os beijos dados à noite,
em Toledo.
Meu caro Amigo, eu vou morrer,
mas comigo levo a luz de Abril
e as flores de Maio,
e as medalhas dos camaradas
mortos em combate.
Os dias passam pela morte dos tempos.
(Oh, como o tempo passa!)
Ao lado de cada flor da manhã,
uma camisa negra aguarda o corpo do mundo.
José Valle de Figueiredo
O tango antes da tanga...
Na voz de Luís Rocha, Adeus...vou partir para o Ultramar. Para coleccionadores...
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terça-feira, março 21, 2006
Jans, coño que bully estás!
segunda-feira, março 20, 2006
Do Joaquim Azinhal Abelho para tutti quanti...
No Fado os Deuses regressam legítimos
e longínquos. É esse o segundo sentido
da figura de D. Sebastião.
Fernando Pessoa
Balada Arraiana
Com um abraço a Juan Pablo Alba Lopes
Oh, rio Guadiana! Oh, rio
De águas mansas e voz plana…
Aonde irás tu, oh rio
Guadiana, Guadiana?...
Subi ao castelo de Elvas,
Vi Badajoz ao luar
Debruçado em seus reflexos,
Sonhando um doce fitar.
Dois grupos de cavaleiros
-Grande coisa de pasmar! –
Dando-se as mãos sobre o leito
Das águas que iam correndo,
Correndo tão devagar…
Um vestia de armas brancas,
Outro andava a cavalgar
Sob corcéis cor de fogo,
Bem mais leves do que o ar.
Oh! Cavaleiros, cavaleiros!
Aonde é que ides parar?
- Vamos Guadiana abaixo
Sem tenção de descansar.
- Nós viemos pelas Espanhas
(Disse o mais veloz que o ar)
Dona de coisas tamanhas
Que nem as posso contar…
Vivendo as gestas do Cid,
Campeador de longadas,
Chegamos a José António,
Capitão dos camaradas.
- José António, o da camisa,
Azul com flechas bordadas.
- Nós por terras portuguesas
Banhadas por sal do mar,
Irmão das vossas raízes
Gémeas do vosso cantar…
- Os de El-Rei D. Sebastião
Que ainda há-de um dia voltar. –
Terçando as espadas de oiro
Foram num coro a gritar
- Europa, madre e madrinha!
De quem fomos já cabeça
Nós viemos-te a salvar:
Salvar de caíres por terra;
Salvar de poderes tombar…
Tu que foste alicerce
Ai, não podes fraquejar.
Em frente ao castelo de Elvas,
Com Badajoz ao luar,
Juramos pela fé que somos
Que hemos de morrer ou matar.
Lá foram os cavaleiros,
Lá foram no seu cantar,
Colhendo cravos e rosas;
Lá foram no seu correr;
Fulgindo o brilho das armas
Que hão-de matar ou morrer.
Porque foram ou não foram
Ninguém poderá saber.
Quem é que os mandou partir?
Quem os mandará correr?
Oh! Rio Guadiana! Oh, Rio!
Foi este o meu meditar,
Quando te vi por te ver,
Por te ver e por te amar
Correndo tão calmamente
Talvez não chegues ao mar…
Talvez fiques em nós todos:
Talvez lá vão cavaleiros
Que te ocupem o lugar
E fiques em nossos olhos
Quando estamos a chorar.
e longínquos. É esse o segundo sentido
da figura de D. Sebastião.
Fernando Pessoa
Balada Arraiana
Com um abraço a Juan Pablo Alba Lopes
Oh, rio Guadiana! Oh, rio
De águas mansas e voz plana…
Aonde irás tu, oh rio
Guadiana, Guadiana?...
Subi ao castelo de Elvas,
Vi Badajoz ao luar
Debruçado em seus reflexos,
Sonhando um doce fitar.
Dois grupos de cavaleiros
-Grande coisa de pasmar! –
Dando-se as mãos sobre o leito
Das águas que iam correndo,
Correndo tão devagar…
Um vestia de armas brancas,
Outro andava a cavalgar
Sob corcéis cor de fogo,
Bem mais leves do que o ar.
Oh! Cavaleiros, cavaleiros!
Aonde é que ides parar?
- Vamos Guadiana abaixo
Sem tenção de descansar.
- Nós viemos pelas Espanhas
(Disse o mais veloz que o ar)
Dona de coisas tamanhas
Que nem as posso contar…
Vivendo as gestas do Cid,
Campeador de longadas,
Chegamos a José António,
Capitão dos camaradas.
- José António, o da camisa,
Azul com flechas bordadas.
- Nós por terras portuguesas
Banhadas por sal do mar,
Irmão das vossas raízes
Gémeas do vosso cantar…
- Os de El-Rei D. Sebastião
Que ainda há-de um dia voltar. –
Terçando as espadas de oiro
Foram num coro a gritar
- Europa, madre e madrinha!
De quem fomos já cabeça
Nós viemos-te a salvar:
Salvar de caíres por terra;
Salvar de poderes tombar…
Tu que foste alicerce
Ai, não podes fraquejar.
Em frente ao castelo de Elvas,
Com Badajoz ao luar,
Juramos pela fé que somos
Que hemos de morrer ou matar.
Lá foram os cavaleiros,
Lá foram no seu cantar,
Colhendo cravos e rosas;
Lá foram no seu correr;
Fulgindo o brilho das armas
Que hão-de matar ou morrer.
Porque foram ou não foram
Ninguém poderá saber.
Quem é que os mandou partir?
Quem os mandará correr?
Oh! Rio Guadiana! Oh, Rio!
Foi este o meu meditar,
Quando te vi por te ver,
Por te ver e por te amar
Correndo tão calmamente
Talvez não chegues ao mar…
Talvez fiques em nós todos:
Talvez lá vão cavaleiros
Que te ocupem o lugar
E fiques em nossos olhos
Quando estamos a chorar.
Lágrimas de Portugal
Quando os caminhos do mar surgem, de novo, envoltos em bruma artificial...
Quando as canadas para nordeste surgem falaciosamente abertas para ratinhos e malteses irem oferecer a sua mão-de-obra aos terratenentes e burgueses dessa Velha Senhora Europa...
Quando as procissões de OPAs já mal disfarçam que os núcleos de decisão financeira estão bem longe de Portugal (será que alguma vez por cá se encontraram? E qual a diferença? Terá o Capital Pátria ou Nação?)...
Oiçamos Fernando Pessoa, na voz do Zé e libertemos a alma, deixemo-la roçar ao de leve por toda essa espuma marulhante que, oceano a oceano, tantas memórias carrega da nossa Pátria errante. Sonhemos com El-rei D.Sebastião e com os toques a rebate dos sinos das aldeias que num dia de fero nevoeiro nos juntem a todos em frente das Novas Muralhas de Barad-dûr para a conquista definitiva de Mordor...
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Se alguém me puder fazer chegar a marcha Heróis de Mucaba (a Banda da GNR gravou)ficaria mui agradecido.
Quando as canadas para nordeste surgem falaciosamente abertas para ratinhos e malteses irem oferecer a sua mão-de-obra aos terratenentes e burgueses dessa Velha Senhora Europa...
Quando as procissões de OPAs já mal disfarçam que os núcleos de decisão financeira estão bem longe de Portugal (será que alguma vez por cá se encontraram? E qual a diferença? Terá o Capital Pátria ou Nação?)...
Oiçamos Fernando Pessoa, na voz do Zé e libertemos a alma, deixemo-la roçar ao de leve por toda essa espuma marulhante que, oceano a oceano, tantas memórias carrega da nossa Pátria errante. Sonhemos com El-rei D.Sebastião e com os toques a rebate dos sinos das aldeias que num dia de fero nevoeiro nos juntem a todos em frente das Novas Muralhas de Barad-dûr para a conquista definitiva de Mordor...
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Se alguém me puder fazer chegar a marcha Heróis de Mucaba (a Banda da GNR gravou)ficaria mui agradecido.
Fabulário potpourrido
Era uma vez um macho latino, de bigodón e meia-branca, que descobrira o segredo de cultivar um feijão branco especial no recôncavo dos pneus. O feijão crescia e multiplicava-se com uma velocidade estonteante, geradora de grandes proventos na cultura do relvado. Cresceu tanto, tanto que a certa altura o ingricultor resolveu comprar uma veiga para com ela fazer um lameiro de luxo. Fugindo do apito das aves e do Ogre dragão, um ganso que punha ovos de ouro, resolveu fazer o ninho à sombra do feijoal e com as coisaetalminas passou a aumentar a produção.
Comenta o génio da Floresta: Quando é que Gato lança o Apito dourado no Sul? Ou estão à espera que chegue a gripe das Aves?
Comenta o génio da Floresta: Quando é que Gato lança o Apito dourado no Sul? Ou estão à espera que chegue a gripe das Aves?
quarta-feira, março 15, 2006
Zé do Povo
No desenrolar do processo político que sucedeu ao PREC, foram envidados todos os esforços, umas vezes de forma subtil, outras com grande descaramento, para branquear os acontecimentos histórico-políticos que se sucederam ao 25 de Abril. A nomenklatura que então se assenhoreou do Poder fez sempre passar a mensagem (comunicação social, sistema educativo, etc.) de que, com o 25 de Novembro, se havia reposto a legalidade inerente a um Estado de Direito e que tal havia sido conseguido exclusivamente pela acção corajosa dos oficiais agrupados à volta do denominado Grupo dos 9. Num só passe de mágica, limpava o curriculum torcionário de oficiais como Pezarat Correia, atribuía ao PREC o qualificativo de excessos expectáveis numa revolução (ilibando de responsabilidades os seus principais actores) e atirava para o oblívio histórico o papel fundamental desempenhado pelas revoltas populares, mais ou menos enquadradas por patriotas atirados para a clandestinidade ou por alguns elementos do Clero. Basta ouvir as declarações do futuro Marechal Eanes nas comemorações do 25º aniversário do 25 de Novembro para perceber o que esconde a minimização do papel desempenhado por pessoas como o Cónego Melo ou por movimentos como o MDLP que, apesar de liderado pela figura emblemática do 25 de Abril, o Gen. Spínola, foi rapidamente classificado como de extrema direita e bombista. Francamente, de tanto papaguear o marxismo e o leninismo esqueceram-se do conteúdo das suas teses para apenas reterem os métodos de conquista do Poder. Cabe-nos a nós desmistificar o historial oficial e repor a verdade para memória das gerações futuras. É nesse sentido que resolvi continuar a postar mais músicas, sobretudo as que se enquadrem nos registos históricos dessa época. Vindos do baú do VL, eis quatro musiquitas, na altura, amplamente cantadas nas feiras do Norte e Centro do país por um cantador de intervenção (como então se dizia) intitulado Zé do Povo.
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Quem me arranja a cassette do Quim Barreiros, lançada durante o PREC?
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Quem me arranja a cassette do Quim Barreiros, lançada durante o PREC?
terça-feira, março 14, 2006
Para o Manel Azinhal (do homónimo e patrício poeta)
Cantiga do Camarada
Camarada! Camarada!
Aqui tens a minha mão,
O meu cavalo e esta espada;
Eu sem ti não sou ninguém
E tu sem mim não és nada.
Camarada! Camarada!
Brilha no Céu uma estrela!
Vamos lá em cavalgada.
Ah! quem pudera vencê-la,
Quem me dera conquistá-la.
Camarada! Camarada!
Antes da Lua surgir,
Antes bem da madrugada
Já a estrela refulgia
No gume da minha espada.
Camarada! Camarada!
Toma lá esta certeza,
Dum irmão que tem uma espada:
Sem ti não será ninguém
E tu sem ele não és nada.
Camarada! Camarada!
A minha espada e a tua
Fecham numa encruzilhada;
A minha é a tua fé
Que não tem medo de nada.
Camarada! Camarada!
Se tu caíres na batalha
Inda fica a minha espada.
E se nós ambos morrermos
Fica outro camarada.
Que há-de findar a batalha
Por nós ambos começada.
Azinhal Abelho
Camarada! Camarada!
Aqui tens a minha mão,
O meu cavalo e esta espada;
Eu sem ti não sou ninguém
E tu sem mim não és nada.
Camarada! Camarada!
Brilha no Céu uma estrela!
Vamos lá em cavalgada.
Ah! quem pudera vencê-la,
Quem me dera conquistá-la.
Camarada! Camarada!
Antes da Lua surgir,
Antes bem da madrugada
Já a estrela refulgia
No gume da minha espada.
Camarada! Camarada!
Toma lá esta certeza,
Dum irmão que tem uma espada:
Sem ti não será ninguém
E tu sem ele não és nada.
Camarada! Camarada!
A minha espada e a tua
Fecham numa encruzilhada;
A minha é a tua fé
Que não tem medo de nada.
Camarada! Camarada!
Se tu caíres na batalha
Inda fica a minha espada.
E se nós ambos morrermos
Fica outro camarada.
Que há-de findar a batalha
Por nós ambos começada.
Azinhal Abelho
Parabéns atrasados para a Filipa
Como prometido, no 4º aniversário da Filipa, As Quatro Padroeiras, de Diogo Pacheco de Amorim e José Campos e Sousa.
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quinta-feira, março 09, 2006
Fernando Tavares Rodrigues...ainda
Com a inestimável ajuda do Nonas, eis as capas de três dos livros editados do FTR
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quarta-feira, março 08, 2006
I have a dream...
Imagino o hemiciclo do Plenário da A. R. cheio e os seus membros, de pé, a cantar a plenos pulmões esta raríssima jóia:
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Comício
A pedido de várias famílias, e sem rebuço de me contradizer, resolvi postar mais quatro objectos de veneração dos velhos nacionalistas. São resultado de uma bela parceria entre os fortes poemas do António Manuel Couto Viana e a límpida voz do Nené Sobral Torres. Fi-lo com a ajuda dos sempre generosos préstimos do Nonas.
Emendei a mão, depois de ler os comentários do Manel Azinhal. Tenho por ele uma grande amizade e respeito. Conhece-me desde o dia 8 de Agosto de 1975...
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Emendei a mão, depois de ler os comentários do Manel Azinhal. Tenho por ele uma grande amizade e respeito. Conhece-me desde o dia 8 de Agosto de 1975...
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MEMORABILIA- Fase I
Após um impulso inelutável que me levou a vomitar em catadupa um conjunto de músicas que fazem parte de um acervo que tenho conservado e tratado, resolvi mudar de agulha e parar. Abro uma excepção, contudo: as Quatro Padroeiras. Se o ímpeto inicial resultou de uma vontade de partilhar o espólio (que espero que cada um divulgue no seu espaço de influência para que não se perca e alimente a chama), progressivamente fui-me dando conta de que a análise estatística dos acessos me permitiria fazer um pequeno estudo de natureza para-sociológica. Se o Ressurreição foi escutado (e descarregado, espero) cerca de 300 vezes, seguido pelo Requiem por Jan Palach, com 165, as canções, daquilo que poderemos designar por Cancioneiro da Resistência ao PREC, como o Senhor Capitão por exemplo, pouco ultrapassaram a meia-centena, com excepção do Quem não viria de arma na mão (será o carácter bélico do título ?) com 85. Se o Angola é nossa chegou aos 100, todas as outras canções, suportadas por belíssimos e significativos poemas, do que poderia ser um Cancioneiro da Revolta do Ocidente contra a dominação esquerdista, mal atingiram os 50. Qual o significado disto ? Desinformação ou desinteresse geracional ? Desconhecimento afectivo e racional pelos combates contra a dominação comunista que julgam ter acabado com a queda do Muro ? Não sei, ao certo, quais as causas mas seria interessante debatê-las porque tal como uma Nação, uma geração que ignora o Passado nunca terá Futuro!
Importa compreender que o único combate possível é aquele que nos permite usar toda a panóplia de canais de comunicação para que divulguemos o nosso pensamento e o nosso ideário. É do combate cultural que falo; o político está, ab initio , condenado ao fracasso pois pretende lutar contra um adversário que é simultaneamente contendedor e árbitro.
Tornam-se cada vez mais evidentes, as abstrusas ligações entre altos responsáveis do Estado e alguns lobbies capazes de movimentar grandes quantidades de dinheiro como o são a construção civil, os fabricantes e distribuidores de medicamentos, os negociantes de armamento, o mundo do desporto profissional, algumas enigmáticas e pseudo-filantrópicas sociedades e Fundações, etc.. As relações entre estes grupos evoluem geralmente em espiral, aumentando o seu Poder potencial através da simples regra do coça as minhas costas que eu coçarei as tuas. E, amiúde, quer o mundo do espectáculo quer o da comunicação social, muitas vezes propriedade sua, ou sob o seu controlo, são usados para denunciar ou para esconder, para desgastar ou promover, para condenar ou incensar os adversários ou os membros afectos ao círculo, respectivamente.
Por isso, quem está de fora tem de saber surfar a onda , cavalgar o tigre, para poder aspirar a levar a água ao moinho.
Saibamos acabar com o mitificado monopólio da Esquerda sobre a Cultura.
Importa compreender que o único combate possível é aquele que nos permite usar toda a panóplia de canais de comunicação para que divulguemos o nosso pensamento e o nosso ideário. É do combate cultural que falo; o político está, ab initio , condenado ao fracasso pois pretende lutar contra um adversário que é simultaneamente contendedor e árbitro.
Tornam-se cada vez mais evidentes, as abstrusas ligações entre altos responsáveis do Estado e alguns lobbies capazes de movimentar grandes quantidades de dinheiro como o são a construção civil, os fabricantes e distribuidores de medicamentos, os negociantes de armamento, o mundo do desporto profissional, algumas enigmáticas e pseudo-filantrópicas sociedades e Fundações, etc.. As relações entre estes grupos evoluem geralmente em espiral, aumentando o seu Poder potencial através da simples regra do coça as minhas costas que eu coçarei as tuas. E, amiúde, quer o mundo do espectáculo quer o da comunicação social, muitas vezes propriedade sua, ou sob o seu controlo, são usados para denunciar ou para esconder, para desgastar ou promover, para condenar ou incensar os adversários ou os membros afectos ao círculo, respectivamente.
Por isso, quem está de fora tem de saber surfar a onda , cavalgar o tigre, para poder aspirar a levar a água ao moinho.
Saibamos acabar com o mitificado monopólio da Esquerda sobre a Cultura.
terça-feira, março 07, 2006
Ion Moţa e Vasile Marin
Legionários da guarda de Ferro mortos na Guerra Civil de Espanha, estes dois nacionalistas romenos foram um símbolo da entrega dos seus correligionários à causa comum contra o anti-clericalismo e o comunismo. Moţa era cunhado de Corneliu Codreanu, o mítico dirigente do movimento barbaramente assassinado às ordens do gen. Antonescu. A maioria dos quadros da Guarda de Ferro foi enviada pelos alemães para o campo de concentração de Bunchenwald...
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Composto por Ion Mânzatu sobre versos de Radu Gyr
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Composto por Ion Mânzatu sobre versos de Radu Gyr
Em busca da Guarda de Ferro
Para o CBM e para o NR como recordação pelas suas juvenis aventuras transilvânicas e carpáticas em busca do Conde Vlad, o Empalador.
O 30º Batalhão Romeno dos Cárpatos
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O 30º Batalhão Romeno dos Cárpatos
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Prenúncios da Queda...
Para o Nonas, em homenagem ao seu incansável labor pela construção de baluartes culturais.
Do Rodrigo, com a sua notável parceria com o Zé, a Polonesa
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Do Rodrigo, com a sua notável parceria com o Zé, a Polonesa
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Fome de Futuro e escárnio no Presente
De Marques Bessa, cantado por José de Campos e Sousa e dito por Diogo Pacheco do Amorim. Para o Roberto de Moraes
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Quando o telefone toca
Para o grande Cajó, inquebrável e semper fi, devolvo-a como m'a deste há cerca de 30 anos.
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O futuro, na Palestina e em Israel
Excelente post de Euroultramarino sobre um ensaio do politólogo argentino Vicente Massot. A não perder...
Premonição
Muitos se têm perguntado quem era Fernando Tavares Rodrigues.
Não cabe aqui descrever o seu vasto curriculum. Apenas deixar um pequeno apontamento sobre a sua sôfrega poesia; deixemos para mais tarde uma análise crítica da sua obra literária... Do seu livro MEMÓRIAS DE CORPO INTEIRO, editado pela Cognitio, em 1983
SINTO
Sinto que sinto demais...
Se eu sentisse que morria,
Não morria.
Mas quero sentir que morro
porque entre estar morto
e não estar vivo
não há nada.
EPITÁFIO
Quando eu morrer para o mundo
quero que me enterrem fundo
para não ouvir mais passos
nem sentir falsos abraços.
Mas não tão fundo
que se esqueçam que vivi...
Embrulhem-me num lençol
e deixem-me dormir em paz
mesmo que esteja sol
que a mim já tanto me faz.
Se houver lágrimas, saudade
escrevam-me, então, um poema
mas que não seja eu o poema
nem fale da minha idade.
Senão deixem-me dormir,
que as flores hão-de florir
mesmo sem mim.
E, por fim,
afastem-se devagar
não vá de novo acordar.
Não cabe aqui descrever o seu vasto curriculum. Apenas deixar um pequeno apontamento sobre a sua sôfrega poesia; deixemos para mais tarde uma análise crítica da sua obra literária... Do seu livro MEMÓRIAS DE CORPO INTEIRO, editado pela Cognitio, em 1983
SINTO
Sinto que sinto demais...
Se eu sentisse que morria,
Não morria.
Mas quero sentir que morro
porque entre estar morto
e não estar vivo
não há nada.
EPITÁFIO
Quando eu morrer para o mundo
quero que me enterrem fundo
para não ouvir mais passos
nem sentir falsos abraços.
Mas não tão fundo
que se esqueçam que vivi...
Embrulhem-me num lençol
e deixem-me dormir em paz
mesmo que esteja sol
que a mim já tanto me faz.
Se houver lágrimas, saudade
escrevam-me, então, um poema
mas que não seja eu o poema
nem fale da minha idade.
Senão deixem-me dormir,
que as flores hão-de florir
mesmo sem mim.
E, por fim,
afastem-se devagar
não vá de novo acordar.
segunda-feira, março 06, 2006
Para a Cristina e para o João Paulo....
Para que saibam manter bem firme e aceso o facho da Verdade!
Com letra do Luís Sá Cunha e música de...adivinhem!
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Com letra do Luís Sá Cunha e música de...adivinhem!
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Para o António Oliveira Martins
Mais um característico poema do Rodrigo, musicado pelo Zé. Em plena resistência ao PREC! Mais um pedaço da História que nos querem esconder...
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Para os meus filhos e para tutti quanti...
Que nesta sociedade acolhedora de melosidades panascas e promotora de uma cultura da Morte saibam, rebeldemente, responder bem alto Não!
Poema e música de Leo Valeriano
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Poema e música de Leo Valeriano
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sábado, março 04, 2006
Para o FG Santos
Não é o Cântico Negro, não é Régio mas sim Junqueiro. Oiça um excerto da Pátria dita pelo saudoso Filomeno, da maralha de Coimbra. O outro, virá qualquer dia.
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Para o João Miguel Guedes
O João Miguel completou ontem cinquenta primaveras. Para ele, com grande amizade e carinho, Venham todos...
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Para o Fernando Tavares Rodrigues
Na semana que passou, o corpo do poeta abandonou-nos. Que Deus, Nosso Senhor, na sua infinita misericórdia, acolha a sua alma e lhe conceda a paz eterna!
De Diogo Pacheco do Amorim (seu irmão em Poesia) e pela voz do seu grande amigo Zé Campos e Sousa, Tragam rosas brancas...
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De Diogo Pacheco do Amorim (seu irmão em Poesia) e pela voz do seu grande amigo Zé Campos e Sousa, Tragam rosas brancas...
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sexta-feira, março 03, 2006
Saudades do PREC...e da Resistência
Quem for ao meu post de 27 de Janeiro, Marcha Triunfal Cavaquista III, tem um brinde, dedicado muito especialmente ao António Marques Bessa...
Ressurgimento
Para o Pipinho, amigo de sempre e camarada de prova dada. Para o ajudar a passar o testemunho ao Bernardo e à Mariana.
Com feliz letra de Diogo Pacheco do Amorim e música do incontornável Zé.
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Quem passar ali pela Avenidas Novas talvez consiga ver o braço, ao alto, do Ramires da Torre...
Com feliz letra de Diogo Pacheco do Amorim e música do incontornável Zé.
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Quem passar ali pela Avenidas Novas talvez consiga ver o braço, ao alto, do Ramires da Torre...
AMOR DE MÃE...
Para o Alcides, esse celtill, por vezes tão esquecido pela tribo.
O ADEUS GUINÉ, na versão do Conjunto Típico Armando Campos.
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O ADEUS GUINÉ, na versão do Conjunto Típico Armando Campos.
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IN MEMORIAM Gilberto Santos e Castro
Mesmo se se quiser chutar a nostalgia e a saudade para canto, esta preciosidade não deixa de ser um autêntico viagra para a alma. A força, a cadência entranham-se de tal maneira que nos apetece pôr as colunas à janela e partilhá-lo com todo o mundo.
Para os aggiornati sugiro-lhes que substituam Angola por A Pátria e verão como tudo permanece válido. Porque não recuperá-lo assim, já que o seu autor medrosamente se desvinculou dele após a dita Coisa ?
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Para os aggiornati sugiro-lhes que substituam Angola por A Pátria e verão como tudo permanece válido. Porque não recuperá-lo assim, já que o seu autor medrosamente se desvinculou dele após a dita Coisa ?
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quinta-feira, março 02, 2006
Meio-século passa sobre a revolta húngara!
No próximo dia 23 de Outubro, ter-se-ão passado 50 anos sobre a revolta dos patriotas húngaros contra o jugo soviético. Perante a cobardia das democracias ocidentais, cúmplices do genocídio, cerca de 50.000 caíram para sempre e 250.000 escolheram o caminho do exílio. As tropas do Pacto de Varsóvia, comandadas por Yuri Andropov (do you remember him?), trucidaram milhares de húngaros, cuja vanguarda era a União Central dos Trabalhadores da Budapest metropolitana.
Talvez alguns se recordem ainda da Operação Hungria Livre executada pelo MN em 1976. Dezenas de eléctricos em circulação foram pintados por várias equipas de dois elementos: enquanto um desencaixava a ligação à catenária e distraía o condutor, o outro pintava slogans do tipo VIVA A HUNGRIA LIVRE ! Teve sucesso, era apenas um balão de ensaio para algo de maior difusão, mas infelizmente não houve continuidade. Fica a memória...
Leo Valeriano resolveu honrar a coragem húngara com a seguinte canção:
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A Primavera de Praga
Em 25 de Fevereiro passado, fez 37 anos que um estudante checo de 18 anos, de nome Jan Zajic, se imolou pelo fogo, em protesto contra a ocupação da sua pátria pelos comunistas. Deixou quatro cartas e um poema dedicado ao primeiro dos 26 que se tentaram suicidar (7 morreram) ritualmente, entre 20 de Janeiro de 1969 e o fim de Abril desse ano - Jan Palach, estudante como ele. Jan Zajic intitulou-se o Facho nº 2.
Em Portugal dois militantes nacionalistas ( José Valle de Figueiredo e Manuel Rebanda) criariam aquela que viria a ser uma das mais emblemáticas canções de resistência à onda dominante do esquerdismo caceteiro que desde meados dos anos 50, cavalgando os denominados católicos progressistas, dominavam as nossas academias.
Ei-lo,o Requiem por Jan Palach, numa versão de VL acompanhado à viola por José de Campos e Sousa...
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Em Portugal dois militantes nacionalistas ( José Valle de Figueiredo e Manuel Rebanda) criariam aquela que viria a ser uma das mais emblemáticas canções de resistência à onda dominante do esquerdismo caceteiro que desde meados dos anos 50, cavalgando os denominados católicos progressistas, dominavam as nossas academias.
Ei-lo,o Requiem por Jan Palach, numa versão de VL acompanhado à viola por José de Campos e Sousa...
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A ÁRVORE DE GUERNICA
Agur !
A árvore de Guernica, a tal que resistiu às bombas italianas e alemãs para ser afinal destruída pelas canetas sinistras do esquerdismo sem fronteiras. Cantada por combatentes (bascos e norte-navarros, obviamente) de ambos os lados, no início da Guerra Civil de Espanha, foi objecto da mais abjecta demagogia esquerdófila.
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A árvore de Guernica, a tal que resistiu às bombas italianas e alemãs para ser afinal destruída pelas canetas sinistras do esquerdismo sem fronteiras. Cantada por combatentes (bascos e norte-navarros, obviamente) de ambos os lados, no início da Guerra Civil de Espanha, foi objecto da mais abjecta demagogia esquerdófila.
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quarta-feira, março 01, 2006
Algumas das ameaças à Nação
Motivou-me o texto do FGSAntosa postar (ou se calhar repostar)uns fragmentos sobre o tema do nacionalismo, nomeadamente sobre algumas ameaças à identidade nacional, nomeadamente os de alguns disparatados zelotas.
Apesar destas complexas dimensões, há, na realidade, duas weltanschauung ou mundovisões base que há muito se digladiam. Entendem uns que o papel do Homem é ser senhor do seu próprio destino, de modo a contribuir para oferecer à humanidade o bem estar físico através da conquista do mundo material, sem necessidade de qualquer força, anseio ou poder espiritual, no que reputam de obscurantismo. Recusam aceitar a interferência da fé e do sobrenatural pretendendo demonstrar tudo através da razão. Outros concebem os humanos como filhos de Deus, abandonados à gestão do mundo material, em que se devem guiar pelo amor ao próximo e a si mesmo, praticando as virtudes espirituais da fé, da esperança e da caridade. Acreditam numa dimensão sagrada da vida pelo que, para eles, os outros fundam a sua lógica numa admiração egoísta pelo Eu pessoal; mesmo que entre eles existam almas generosas, a maioria apenas espera obter benefícios pessoais, trabalhando por apetite à recompensa terrena.
No desenrolar desse conflito permanente, a Igreja Católica foi especialmente fustigada e causticada, mormente nos últimos séculos. A semente dessa perseguição pode encontrar-se já nos próprios movimentos da Reforma pós-humanista, no século XVI. Por permanente radicalização e refinamento, as ideias por eles engendradas vieram a incubar no século XVII, germinaram no século XVIII, desenvolveram-se no XIX, atingindo, finalmente, a maturação no século XX. Hoje, é notório que alguns sectores da Igreja, no remanso aparentemente protegido das sociedades do pós-guerra, rapidamente perdoaram e esqueceram as depredações, as humilhações e os seus mártires. Prenhes de benevolência e de misericórdia, de convencimento de conversão e de tolerância, trataram mesmo de proteger e acoitar os seus perseguidores de outrora. Talvez tenha também contribuído para isso a eterna tentação de abraçar o Filho Pródigo que leva a que, por vezes, se honre e acarinhe mais o inimigo de Deus que o próprio crente. No entanto, superando essas parciais inclinações, a portentosa figura de João Paulo II procurou sobrepor-se às tentações positivistas e de pretenso aggiornamento de alguma hierarquia eclesiástica demonstrando, pelo exemplo, pela abnegação e pela humildade, o caminho para a Concórdia, a Justiça e a Paz no Mundo.
Contudo, no meio dessa agitada dinâmica de afirmação espiritual, importa não perder de vista, como ameaça à Identidade Nacional, a acção pró-internacionalista de grupos religiosos, católicos, islâmicos, etc., que, demasiado embrenhados na sua militância, esquecem facilmente as referências axiais pátrias. Com a obediência interna a sobrepor-se à humildade, a auto-estima à caridade e a sobranceria à piedade transformam-se rapidamente em grupos virados para si próprios, de confrangedora atracção centrípeta, uniformizadora e tendencialmente auto-sustentada. Manifestam preocupação pelos Outros, em abstracto, mas quanto ao amor ao Próximo, concreto e imediato, ignoram ou passam ao lado. Com um tipo de caracterização que faz lembrar as seitas, e onde não falta por regra um guru, confundem abstrusamente os planos do religioso e do político, manifestando tendência para um comportamento que poderíamos designar por autismo social. E, como sempre acontece nestas organizações, os neófitos são os mais atentos zelotas quais cães de guarda que auxiliam o pastor na condução do rebanho. O seu caminho é, geralmente, considerado o mais válido quando não o único para atingir a pertença ao Povo universal. Para eles, toda a realidade e construção colectiva da Nação está abaixo do internacionalismo religioso a que importa obedecer em nome de Deus. Afirmam que a Nação é História enquanto que Deus é Eterno e, como tal, a escolha e hierarquização das relações de pertença são fáceis de definir. São versões modernas das muitas falácias teocráticas que ao longo dos tempos foram surgindo e que se esquecem amiúde do significado da expressão: a César o que é de César...
Apesar destas complexas dimensões, há, na realidade, duas weltanschauung ou mundovisões base que há muito se digladiam. Entendem uns que o papel do Homem é ser senhor do seu próprio destino, de modo a contribuir para oferecer à humanidade o bem estar físico através da conquista do mundo material, sem necessidade de qualquer força, anseio ou poder espiritual, no que reputam de obscurantismo. Recusam aceitar a interferência da fé e do sobrenatural pretendendo demonstrar tudo através da razão. Outros concebem os humanos como filhos de Deus, abandonados à gestão do mundo material, em que se devem guiar pelo amor ao próximo e a si mesmo, praticando as virtudes espirituais da fé, da esperança e da caridade. Acreditam numa dimensão sagrada da vida pelo que, para eles, os outros fundam a sua lógica numa admiração egoísta pelo Eu pessoal; mesmo que entre eles existam almas generosas, a maioria apenas espera obter benefícios pessoais, trabalhando por apetite à recompensa terrena.
No desenrolar desse conflito permanente, a Igreja Católica foi especialmente fustigada e causticada, mormente nos últimos séculos. A semente dessa perseguição pode encontrar-se já nos próprios movimentos da Reforma pós-humanista, no século XVI. Por permanente radicalização e refinamento, as ideias por eles engendradas vieram a incubar no século XVII, germinaram no século XVIII, desenvolveram-se no XIX, atingindo, finalmente, a maturação no século XX. Hoje, é notório que alguns sectores da Igreja, no remanso aparentemente protegido das sociedades do pós-guerra, rapidamente perdoaram e esqueceram as depredações, as humilhações e os seus mártires. Prenhes de benevolência e de misericórdia, de convencimento de conversão e de tolerância, trataram mesmo de proteger e acoitar os seus perseguidores de outrora. Talvez tenha também contribuído para isso a eterna tentação de abraçar o Filho Pródigo que leva a que, por vezes, se honre e acarinhe mais o inimigo de Deus que o próprio crente. No entanto, superando essas parciais inclinações, a portentosa figura de João Paulo II procurou sobrepor-se às tentações positivistas e de pretenso aggiornamento de alguma hierarquia eclesiástica demonstrando, pelo exemplo, pela abnegação e pela humildade, o caminho para a Concórdia, a Justiça e a Paz no Mundo.
Contudo, no meio dessa agitada dinâmica de afirmação espiritual, importa não perder de vista, como ameaça à Identidade Nacional, a acção pró-internacionalista de grupos religiosos, católicos, islâmicos, etc., que, demasiado embrenhados na sua militância, esquecem facilmente as referências axiais pátrias. Com a obediência interna a sobrepor-se à humildade, a auto-estima à caridade e a sobranceria à piedade transformam-se rapidamente em grupos virados para si próprios, de confrangedora atracção centrípeta, uniformizadora e tendencialmente auto-sustentada. Manifestam preocupação pelos Outros, em abstracto, mas quanto ao amor ao Próximo, concreto e imediato, ignoram ou passam ao lado. Com um tipo de caracterização que faz lembrar as seitas, e onde não falta por regra um guru, confundem abstrusamente os planos do religioso e do político, manifestando tendência para um comportamento que poderíamos designar por autismo social. E, como sempre acontece nestas organizações, os neófitos são os mais atentos zelotas quais cães de guarda que auxiliam o pastor na condução do rebanho. O seu caminho é, geralmente, considerado o mais válido quando não o único para atingir a pertença ao Povo universal. Para eles, toda a realidade e construção colectiva da Nação está abaixo do internacionalismo religioso a que importa obedecer em nome de Deus. Afirmam que a Nação é História enquanto que Deus é Eterno e, como tal, a escolha e hierarquização das relações de pertença são fáceis de definir. São versões modernas das muitas falácias teocráticas que ao longo dos tempos foram surgindo e que se esquecem amiúde do significado da expressão: a César o que é de César...
Para a ilustre Torre de Ramires
Se não fosse esta certeza,
Que nem sei de onde me vem,
Não comia, nem bebia,
Nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
No mais escuro que houvesse,
Punha os joelhos à boca ...
E viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
Do ingénuo adolescente,
A chuva das penas brancas
A cair, impertinente;
Não fosse o incógnito rosto
Pintado em tons de aguarela,
Que sonha, no frio encosto
Da vidraça da janela;
Não fosse a fome e a sede
Dessa Humanidade exangue,
Roía as unhas e os dedos
Até os fazer em sangue.
António Gedeão
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