quarta-feira, março 01, 2006
Para a ilustre Torre de Ramires
Se não fosse esta certeza,
Que nem sei de onde me vem,
Não comia, nem bebia,
Nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
No mais escuro que houvesse,
Punha os joelhos à boca ...
E viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
Do ingénuo adolescente,
A chuva das penas brancas
A cair, impertinente;
Não fosse o incógnito rosto
Pintado em tons de aguarela,
Que sonha, no frio encosto
Da vidraça da janela;
Não fosse a fome e a sede
Dessa Humanidade exangue,
Roía as unhas e os dedos
Até os fazer em sangue.
António Gedeão
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1 comentário:
É um forte estímulo, para a continuação do Combate Cultural, receber tão belas palavras dedicadas pel'O Engenheiro.
Bem-haja!
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